A Câmara dos Deputados derrubou nesta quarta-feira quatro vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a projetos aprovados pelo Congresso Nacional . Entre as medidas resgatadas pelos deputados estão o uso de máscara obrigatório em espaços públicos e o direito de acesso a água potável pelos povos indígenas.
Esses vetos ainda precisam ser rejeitados por senadores para que os pontos sejam definitivamente restituídos em lei. A sessão do Senado está marcada para esta quarta-feira, após o fim da deliberação dos deputados.
Durante a análise na Câmara , os parlamentares também derrubaram veto a projeto que transfere faixa de fronteira aos estados de Roraima e Amapá e à proposta que fixa prazo de 72 horas para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize importação e distribuição de medicamentos.
Para que um veto do presidente da República seja derrubado , é necessário o apoio mínimo de 257 votos na Câmara dos Deputados e 41 no Senado.
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Para que a rejeição ocorresse, deputados e senadores acordaram a manutenção de alguns vetos de Bolsonaro. Essa votação ainda deve acontecer nesta quarta-feira. No total, são 19 vetos na pauta da sessão do Congresso.
A negociação também envolveu o adiamento da análise de dois vetos importantes para o Palácio do Planalto. Alterações ao pacote anticrime e a desoneração da folha de pagamento de empresas ficaram para depois.
Em relação à proposta do uso de máscaras , deputados derrubaram veto de Bolsonaro que obrigava o uso, durante a pandemia, em "estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos, estabelecimentos de ensino e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas".
Também restituíram trecho da lei que prevê multa em caso de descumprimento da norma, desde que o infrator não seja parte de "população vulnerável economicamente".
Quanto ao plano emergencial aprovado pelo Congresso destinado à proteção dos povos indígenas, além de resgatar o direito a água potável, deputados derrubaram vetos que impediam a distribuição gratuita de materiais de higiene e obrigavam a oferta emergencial de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para o enfrentamento à Covid-19.
Parlamentares também resgataram obrigação de planos de contingência para o contato com povos isolados. O governo também terá que ter uma estratégia para cada povo, em 10 dias, para enfrentar possíveis surtos do coronavírus. Além disso, o Plano Emergencial previsto na lei deve voltar a valer para quilombolas.