Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil, disse ter "quase certeza" de que Jair Bolsonaro (PL) passará a faixa de presidente da República para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito no último domingo.
A fala do Senador eleito pelo Rio Grande do Sul foi feita após o atual chefe do Executivo do país realizar o seu primeiro pronunciamento depois da derrota para o petista no último pleito eleitoral.
Mourão afirmou que pode ser que seja dada a ele a missão de passar o símbolo presidencial para Lula, mas que provavelmente será Bolsonaro quem realizará o ato.
“Vamos aguardar o momento. Ele pode determinar que eu faça, ele pode dar outra determinação. Vamos aguardar. Mas eu tenho quase certeza de que o presidente vai passar a faixa", afirmou o vice-presidente.
"O que ele falou hoje? Que cumprirá as tarefas dele como presidente e o que está previsto na Constituição. Não está previsto que ele entregue a faixa?“, completou.
Transição do governo
Mourão falou também sobre a transição de governo, que deve ser iniciada nos próximos dias. Ele destacou que já teve um contato "institucional" com Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito.
“Não tem nada marcado, eu fiz uma comunicação institucional, do atual vice-presidente para o futuro dizendo que estamos em condição de apresentar estrutura e os trabalhos em andamento, assim como a minha esposa estar em condição de mostrar o palácio para a esposa dele”, disse.
Pronunciamento de Bolsonaro
Jair Bolsonaro discursou pela primeira vez desde o anúncio da vitória do de Lula no segundo turno das eleições. Ao todo, ele ficou 44 horas em silêncio. A avaliação de integrantes do Judiciário e de aliados de Bolsonaro é que a conduta dele tenha insuflado os bloqueios antidemocráticos nas estradas.
Bolsonaro deu início à fala agradecendo aos mais de 58 milhões de brasileiros que votaram nele e afirmou que os bloqueios nas estradas são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
Depois, mudou o tom e disse que "manifestações pacíficas são bem-vindas", mas que "o direito de ir e vir" deve ser preservado, ao contrário do que, segundo ele, prega a esquerda.
Ao final, o candidato derrotado garantiu que seguirá cumprindo "todos os mandamentos da Constituição", o que sugere que ele não contestará o resultado das eleições.
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