Todos os hospitais da Faixa de Gaza
podem ficar inoperantes a partir de quinta-feira (16), disse nesta terça-feira (14), em entrevista à Al Jazeera Árabe, o Dr. Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Os hospitais do enclave sofrem com escassez de combustível devido ao cerco israelense imposto à região. As Forças de Defesa de Israel (FDI) acusam o grupo armado palestino de usar os hospitais como base e, consequentemente, civis e feridos como "escudo humano".
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza disse que os cuidados de saúde já estão fora de serviço, especialmente na parte norte de Gaza.
As duas maiores instalações médicas em Gaza, os hospitais al-Shifa e al-Quds, encerraram as operações na segunda-feira, alegando falta de combustível para manter os equipamentos médicos funcionando. Além disso, os hospitais vem sofrendo com bombardeios israelenses.
A agência da ONU para a Palestina descreveu a situação em Gaza como “terrível” e apelou a um cessar-fogo e à entrega urgente de ajuda humanitária aos palestinianos deslocados internamente.
Nesta segunda, as FDI afirmam que mataram 21 membros do Hamas no hospital Al-Quds, na cidade de Gaza. Homens armados teriam atirado contra as tropas de Tel Aviv enquanto estava “incorporada a um grupo de civis na entrada do hospital”.
Depois da troca de tiros, os integrantes do Hamas se refugiaram dentro do hospital. Nenhum israelense ficou ferido, mas um tanque foi danificado pelo ataque.
O ministro da Defesa de Israel afirmou nesta segunda-feira (13) que o Hamas perdeu o controle da Faixa de Gaza. O Exército israelense fechou o cerco ao maior hospital da região.
"Os hospitais estão sob fogo", afirmou o diretor de emergências do Hospital Al Nasser.
Segundo ele, o maior hospital de Gaza, o Al Shifa, precisa transferir pelo menos 600 civis feridos, e pediu que o Egito ajude mandando ambulâncias.
"O sistema de saúde de Gaza está colapsando. O Al Shifa é um hospital icônico. Era o hospital que continuava a funcionar em meio às guerras", diz uma funcionária da Agência da ONU para Refugiados Palestinos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta segunda que o Al Shifa deve ser protegido e que espera haver menos ações intrusivas no local. Ele reiterou ainda que “há um esforço para fazer esta pausa para a libertação de reféns, algo que também está em negociação com a ajuda do Catar”.