O número de mortos em decorrência do forte terremoto que atingiu o Marrocos na noite do último dia 8 de setembro ultrapassou a marca de 2,9 mil, informou o balanço divulgado pelo Ministério do Interior do país nesta terça-feira (12).
De acordo com o boletim, o tremor de magnitude 7.0 na escala Richter provocou a morte de 2.901 pessoas e deixou ao menos 5.530 feridos. Ao todo, 1643 cidadãos perderam a vida somente na província de Al Haouz.
Até o momento, nenhuma nova morte foi relatada nas outras províncias e cidades afetadas, afirmou o governo marroquino. Do número total de vítimas, 2.884 corpos já foram sepultados.
Resgates no Marrocos
As autoridades públicas continuam os esforços para resgatar, evacuar e tratar os feridos, bem como para limpar e reabrir estradas danificadas pelo terremoto, mobilizando todos os recursos necessários para gerir as consequências da tragédia.
Um porta-voz da União Europeia (UE) informou que, após o tremor, o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência do bloco "acompanhou cuidadosamente a situação e está em contato com as autoridades marroquinas para lhes oferecer assistência total da Defesa Civil da UE".
Além disso, reforçou que a Comissão conversa com os Estados-membros para a possível mobilização de equipes de intervenção, caso o Marrocos considere necessário.
Até o momento, porém, o país ainda "não solicitou assistência", explicou a fonte, lembrando que "o sistema de satélite Copernicus da UE também foi ativado em 9 de setembro para fornecer serviços de mapeamento de emergência".
Rabat realizou uma avaliação precisa das necessidades de seu território e "nesta fase específica" da dramática emergência causada pelo terremoto "respondeu favoravelmente às ofertas de apoio de países amigos, como Espanha, Catar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos".
A medida foi anunciada em nota do Ministério do Interior marroquino, que coloca fim às polêmicas e esclarece que aceitou a ajuda oferecida por apenas quatro países "nesta fase específica, justificando a sua decisão "tendo em conta que a falta de coordenação em tais situações pode ser contraproducente".
Ao todo, mais de mil médicos e quase 2 mil enfermeiras foram acionados para as áreas do desastre, em particular, para a província de AL Haouz. Todas as forças armadas do país estão concentradas na região do epicentro do tremor.
Diversas fundações e ONGs locais anunciaram campanhas de arrecadação de fundos, além de prepararem mil refeições por dia para pessoas deslocadas.
Nesta terça-feira, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (Firc) lançou um apelo para angariar fundos de cerca de 100 milhões de euros para apoiar as operações de socorro após o terremoto.
"Precisamos de 100 milhões de francos suíços (cerca de 105 milhões de euros) para podermos responder às necessidades mais urgentes", como saúde, água, saneamento, declarou a diretora de operações da Firc, Caroline Holt, durante coletiva de imprensa em Genebra.
No último fim de semana, o governo italiano já havia dito estar em contato constante com as autoridades marroquinas e garantiu que disponibilizou equipamentos de emergência e apoio sanitário ao país.
Além disso, ofereceu "a primeira oferta do sistema de Defesa Civil, em apoio às suas estruturas operacionais, na sequência do dramático acontecimento sísmico".
De acordo com o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, a Itália poderia enviar a ajuda imediatamente, com uma equipe italiana de busca e salvamento composta por 48 unidades especializadas, incluindo bombeiros, barracas e camas para mil indivíduos e um posto médico avançado com ou sem agente sanitário".