Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias
Reprodução / CNN Brasil - 19.04.2023
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias

A Polícia Federal quer ouvir o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Gonçalves Dias,  sobre uma possível conivência com os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Uma gravação, obtida pela CNN Brasil, mostra Dias na sede do governo durante as invasões.

Para os investigadores, o depoimento do ministro já estava programado, mas a divulgação das imagens deve agilizar a intimação. Ainda não há uma data marcada para a oitiva.

Nas gravações, Gonçalves Dias aparece andando sozinho no terceiro andar do Palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Ele tenta abrir duas portas e depois entra no local.

Em seguida, o general aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns dos responsáveis pelos atos. As gravações sugerem, conforme a CNN, que ele indicava a saída de emergência ao grupo.

Depois, outros integrantes do GSI também aparecem nas imagens, parecendo indicar o caminho de saída aos invasores que estavam no terceiro andar do prédio.

As imagens mostram, em diversos momentos, funcionários do GSI e invasores circulando pelo Planalto.

Em outro momento, é possível ver um funcionário do ministro de Lula oferecendo água aos invasores. O iG tentou contato com a GSI, mas não obteve retorno.

Depoimento de militares

Segundo a emissora, Gonçalves Dias já foi citado em depoimentos de militares ouvidos pela Polícia Federal nas últimas semanas. Ao todo, 81 membros das Forças Armadas prestaram esclarecimentos.

A PF suspeitava de uma possível conivência de Dias com os golpistas. Os vídeos divulgados nesta quarta-feira reforçam a tese dos investigadores.

Gonçalves Dias ainda não se pronunciou publicamente sobre as gravações. Ele cancelou sua ida a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para comentar sobre os atos antidemocráticos. O encontro estava marcado para às 14h.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também não comentou as filmagens. Nos bastidores, a cúpula petista pressiona a demissão do ministro.

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