O presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), disse nesta segunda-feira (16) que o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL-RJ) tem que responder por supostas condutas relacionadas à instigação do ato de terrorismo que ocorreu nos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
Durante conversas com jornalistas no batalhão da Polícia Militar que fica atrás da Câmara dos Deputados, Lira foi perguntado sobre um possível envolvimento de Bolsonaro no manifesto antidemocrático. Na avaliação dele, o antigo governante do país precisa responder, caso seja comprovado sua participação no ato.
"Cada um responde pelo que faz. Meu CPF é um, o CPF do ex-presidente Jair Bolsonaro é outro. Nós temos que ter calma neste momento e investigar todos os aspectos. A nossa fala não muda. Todos os que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos", comentou.
Lira foi um dos grandes aliados do ex-presidente, tanto que o apoiou durante as eleições de 2022. Porém, desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a disputa presidencial, o presidente da Câmara se reuniu com o petista em diversas oportunidades para discutir pautas sobre o Brasil.
Bolsonaro no inquérito do ato terrorista
Na última sexta (13), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o ex-presidente fosse incluído nas investigações do ato terrorista que ocorreu em Brasília. O processo tem como alvo “autores intelectuais” e instigadores da manifestação antidemocrática que destruiu os prédios dos Três Poderes.
O magistrado compreendeu que uma postagem feita por Bolsonaro no dia 10 de janeiro, que foi apagada horas depois, foi um posicionamento favorável do ex-presidente sobre os ataques promovidos contra as instituições democráticas do país.
"O pronunciamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi é fraudado", escreveu Moraes.
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