Tiroteio em Paraisópolis interrompeu agenda de Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Reprodução CNN Brasil - 17.10.2022
Tiroteio em Paraisópolis interrompeu agenda de Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17), o secretário de Segurança Pública de São Paulo , general João Camilo Pires de Campos, afirmou que é prematuro dizer que o  tiroteio em Paraisópolis que interrompeu a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) se tratou de um atentado contra o candidato.

"É prematuro dizer isso [se tratar de um atentado] com os dados que temos", disse Campos a jornalistas.

De acordo com ele, o episódio ainda vai passar por uma investigação e as câmeras instaladas nos uniformes dos policiais serão usadas no processo. Um suspeito morreu durante o tiroteio .

O general também disse que as investigações da Polícia Civil não devem ser influenciadas pela manifestação dos candidatos nas redes sociais. Em sua conta do Twitter, Tarcísio disse que ele e sua equipe foram "atacados por criminosos" .

Na manhã de hoje, um tiroteio interrompeu a visita de Tarcísio à comunidade . O candidato e membros de imprensa que acompanhavam a agenda de campanha chegaram a ficar abaixados em uma sala no local para se proteger. O candidato, jornalistas e apoiadores se esconderam em um prédio na comunidade. 

Tarcísio deixou o local acompanhado de seguranças e escoltado por uma van blindada.

Segundo o secretário, os tiros foram disparados a cerca de 100 metros do local onde o candidato estava. "Foi um ruído com a Polícia Militar", disse ele. 

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ronaldo Miguel Vieira, disse que o tiroteio contou com a participação de ao menos oito pessoas que rondavam a região com motos. Dois deles, segundo Vieira, portavam armas longas.

Na ocasião, uma van escolar foi atingida pelos disparos, mas ninguém teria ficado ferido.

Em comunicado, o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) — que já demonstrou apoio ao candidato do Republicanos na disputa pelo cargo  no segundo turno das eleições 2022  —, disse que ter determinado a investigação imediata do ocorrido.

"Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A Polícia Militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido", afirmou em nota. 

Mais cedo, nas redes sociais, Garcia havia dito que conversou com Tarcísio e que todos estavam bem .

Em entrevista à CNN Brasil , o governador afirmou que Paraisópolis é segura, ao falar sobre o caso. "Uma comunidade de bem, onde todos andam livremente, não podemos confundir com a localidade que ocorreu esse atentado. Importante a polícia esclarecer este atentado, este crime, um dos bandidos foi alvejado e veio a óbito", pontuou.

Na ocasião, também disse que não era possível denominar o incidente como atentado, mas como uma "tentativa de crime".

Câmeras nos uniformes de policiais

A análise das câmeras nos uniformes dos policiais que será feita no caso contraria a própria campanha de Tarcísio, que já afirmou em diversas ocasiões, que os aparelhos inibem os PMs e que reveria a medida  caso seja eleito no próximo dia 30 de outubro.

"Nós não podemos ter o bandido em vantagem em relação ao policial, então tirar a câmera é uma coisa já simbólica, é um recado aos criminosos. Estou preocupado com a segurança do cidadão e a câmera não reestabeleceu a segurança", disse Tarcísio em debate transmitido pela TV Band no último dia 10, contra o adversário do PT, Fernando Haddad .

Depois, no entanto, o candidato do Republicanos  recuou nas declarações e disse que deve avaliar a efetividade do equipamento se eleito.

Em um evento de comemoração aos 52 anos da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (ROTA), Freitas afirmou que conversará com especialistas para saber qual o resultado obtido após a implementação das câmeras. Segundo o ex-ministro de Jair Bolsonaro, a política poderá ser aperfeiçoada, mas voltou a prometer a retirada do equipamento a criminalidade crescer.

"Considero que hoje a câmera inibe o policial, acho que ela tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Caso eleito, vou chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade e aperfeiçoamento das políticas públicas", afirmou no último dia 14.

"Não existe política pública que não possa ser reanalisada, que não possa sofrer melhorias. Ou a gente reavaliando que isso está atrapalhando de maneira importante a produtividade, retirar. Mas isso é uma coisa que a gente vai discutir em conjunto com especialistas", concluiu.

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