Neste segunda-feira (3), recomeça a corrida eleitoral para a Presidência da República. Após a confirmação das apurações, Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ) teve 48,39% dos votos válidos, contra 43,23% de Jair Bolsonaro (PL). A partir de hoje, os candidatos têm mais 28 dias de campanha até o segundo turno .
Com uma polarização evidenciada pelos resultados das urnas , Lula e Bolsonaro tinham a a esperança de levar a vitória já neste final de semana de votação. Lula estava à frente nas pesquisas com percentuais entre 48% e 51%. Já Bolsonaro, seguia acreditando no que ele dizia ser o "DataPovo" por conta da aclamação que recebia nas ruas pelo país.
No entanto, o resultado, que foi apertado, não deixou de escancarar a força entre os eleitores do atual mandatário do país ante as pesquisas, mas também dos que confiam em um volta do ex-presidente Lula.
Em entrevista após a divulgação do resultado no domingo , Bolsonaro falou sobre possíveis parcerias de campanha para o segundo turno e informou que já começou a se articular.
"Já existe a possibilidade de conversar com o governador Zema, [Cláudio]. Castro já ligou. O PL fez uma bancada de 101 deputados, mais senadores. Todos vão ser convidados para se empenhar durante a campanha. Agora a campanha é a nossa [...] São pessoas extremamente alinhadas comigo e vão se empenhar nesses dias", afirmou.
Sobre os candidatos à Presidência que não seguiram para o próximo turno, Ciro Gomes e Simone Tebet, Bolsonaro disse que vai fazer contato: "As portas estão abertas para conversar".
O presidente ainda disse que está com "confiança total" e elencou realizações que ele considera positivas e que podem ajudar o eleitor a se decidir votar nele no segundo turno.
"Estamos no terceiro mês com deflação, o preço dos combustíveis lá embaixo, chegou o primeiro navio de combustível da Rússia, energia elétrica também abaixou o preço, Auxílio Brasil de R$ 600 reais, o Pix, a queda no número de violência, caiu pela metade os roubos à agências de bancos", disse Bolsonaro que afirmou também que vai prosseguir com a campanha e inclusive participar de debates.
"Logicamente deve ter debate. Vamos continuar com a sabatina e participando desses eventos".
Já o pestista, afirmou no início do seu discurso, após os resultados , que sempre disputa com intenção de ganhar no primeiro turno, no entanto, nem sempre é possível.
"Toda eleição que eu disputo, tenho vontade de ganhar no primeiro turno, mas nem sempre é possível [...] Nada acontece por acaso", começou o ex-presidente.
Lula continuou o discurso afirmando que estava confiante sobre uma possível vitória no primeiro turno, devido às pesquisas de intenção de voto: "Durante toda a campanha estivemos no primeiro lugar e sempre achei que ganharíamos as eleições [no primeiro turno]. Quero dizer que vamos ganhar. Isso para nós é apenas uma prorrogação", afirmou o ex-presidente.
O candidato do PT ainda relembrou sua situação nas eleições de 2018, e disse que o cenário do pleito anterior teve interferência no resultado agora em 2022.
"Para entendermos o hoje, temos que entender o que aconteceu há quatro anos atrás. Eu era lido como um ser humano fora da política". Lula reiteirou ainda que hoje, na sua avaliação, o país "está pior": "Precisamos recuperar esse país, inclusive do ponto de vista das relações internacionais. Para a desgraça de alguns, eu tenho mais 30 dias para campanha. Adoro ir para a rua, fazer comício, discutir com a sociedade brasileira [...] Começo amanhã fazer campanha".
O candidato do Partido dos Trabalhadores ainda afirmou que o segundo turno é uma "chance para discutir 'tete a tete' com o presidente da República. É uma segunda chance que o povo brasileiro me dá".
2° turno
Daqui a quatro semanas, no dia 30 de outubro, os eleitores brasileiros vão poder definir entre a volta do Partido dos Trabalhadores — que somando os governos Lula e Dilma Rousseff governou o país por 14 anos — e a continuidade do governo de Jair Bolsonaro que se iniciou em 2018.
Em 2023, o candidato que foi eleito em segundo turno toma posse no cargo no dia 1º de janeiro, como tradição haverá cerimônia no Congresso Nacional. No entanto, desta vez, o mandato presidencial terá quatro dias a mais — uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro e não no dia 1º.
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