Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo venezuelano, afirmar que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito na Venezuela com 51,2% dos votos , com 80% das urnas apuradas, autoridades internacionais questionaram o resultado nas redes sociais.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu uma "recontagem detalhada dos votos", expressando "grave preocupação" com as eleições venezuelanas.
"Agora que a votação terminou, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Convocamos as autoridades eleitorais a publicar a recontagem detalhada dos votos para assegurar a transparência e a prestação de contas", disse Blinken em comunicado.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido pediu, em nota, a "publicação rápida e transparente dos resultados completos e detalhados para garantir que o resultado reflita os votos do povo venezuelano".
Por outro lado, a vitória de Maduro foi celebrada por líderes da Rússia, China, Bolívia, Cuba e mais países.
Resultados
Segundo a última pesquisa eleitoral, da ORC Consultores, realizada em julho, Maduro não iria se reeleger. Edmundo González aparecia com 59,68% das intenções de voto, enquanto o atual líder venezuelano ocupava o segundo lugar, com 14,64%.
No entanto, após 80% das urnas verificadas, o CNE disse que Maduro saiu vitorioso com 51,2% dos votos, somando 5.150.092 votos. O principal adversário, González, teve 44,2%, totalizando 4.445.978 votos.
Após o resultado, a oposição contestou a vitória de Maduro, alegando que González obteve 70% dos votos.
"Neste momento, temos mais de 40% das atas. Vou dizer algo a vocês: 100% das atas que transmitiu o CNE, nós as temos. Não sei de onde saíram as outras", disse a líder opositora María Corina Machado. "Todas as que transmitiram, a gente as tem. E toda essa informação coincide. Sabe no quê? Em que Edmundo González Urrutia obteve 70% dos votos desta eleição, e Nicolás Maduro, 30% dos votos”.
Veja a lista de países e autoridades que questionaram
- Argentina - Javier Milei, presidente;
- Chile - Gabriel Boric, presidente;
- Colômbia - Luis Gilberto Murillo, ministro das Relações Exteriores;
- Espanha - José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores;
- Estados Unidos - Antony Blinken, secretário de Estado;
- Peru - Javier Gonzalez-Olaecha, ministro das Relações Exteriores;
- União Europeia - Josep Borrell Fontelles, vice-presidente.
Veja lista das autoridades que parabenizaram Maduro
- Bolívia - presidente Luis Arce;
- China - Ministério das Relações Exteriores;
- Cuba - presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez;
- Honduras - presidente Xiomara Castro;
- Nicarágua - presidente Daniel Ortega;
- Rússia - presidente Vladimir Putin.
O Brasil ainda não reconheceu a vitória de Maduro. O governo brasileiro solicitou à missão da ONU e ao Carter Center, recebidos na condição de observadores na Venezuela, que verifiquem a contestação do resultado.
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