Os Estados Unidos confirmaram que enviarão uma "delegação não oficial" a Taiwan após as eleições na ilha.
Em resposta, a China “convidou” os Estados Unidos a não intervir nas eleições, expressando "forte oposição" às visitas oficiais previstas.
“Washington deve se abster de intervir de qualquer forma nas eleições na região de Taiwan, para evitar causar sérios danos nas relações sino-americanas", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinesa, Mao Ning, reiterando que Pequim "se opõe firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial EUA-Taiwan".
Ela também condenou as "falácias ousadas" dos Estados Unidos sobre o pleito, depois que Washington alertou Pequim para que não alimentasse as tensões nas eleições, também pedindo que evitasse interferências.
Mao Ning advertiu que “Taipei é a linha vermelha número um que não deve ser ultrapassada nas relações entre China e EUA".
A China chamou Lai Ching-te, o candidato do Partido Democrático Progressista nas eleições presidenciais de sábado em Taipei, de um "grave perigo".
Chen Binhua, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do governo chinês, "expressou a esperança de que os compatriotas de Taiwan vejam o grave perigo da incitação de conflitos através do Estreito por parte de Lai e façam a escolha certa na encruzilhada".
Pequim argumentou que o voto da ilha é uma escolha entre "paz e guerra" e rotulou Lai como um "agitador" com posições independentistas.
"A independência de Taiwan e a paz através do Estreito não podem coexistir, pois a primeira é também incompatível com os interesses e o bem-estar dos compatriotas de Taiwan", acrescentou Chen. Lai Ching-te é vice da atual presidente Tsai Ing-wen.
"O fato de as relações entre as duas margens do Estreito terem piorado nos últimos oito anos demonstrou plenamente que a rota de Tsai é um caminho para a independência de Taiwan, o confronto e o prejuízo a Taiwan, e a afirmação de Lai de seguir esse caminho significa continuar afastando Taiwan da paz e da prosperidade e aproximá-la da guerra e da recessão", continuou Chen.
Já Hou Yu-ih, candidato presidencial dos conservadores do KMT, disse que "não venderá" a ilha para a China e excluiu negociações para a unificação como opções de seu mandato em caso de vitória, assegurando, no entanto, estar aberto a negociações com Pequim para aliviar as tensões.
Durante uma coletiva de imprensa transmitida para a imprensa estrangeira, ele disse que deseja manter uma relação sólida com os Estados Unidos, também em termos de defesa.
A China considera a ilha parte "inalienável" de seu território a ser reunificado, mesmo pela força, se necessário.