O governo do novo presidente da Argentina, Javier Milei, informou nesta sexta-feira que vai enviar a fatura dos gastos com seguranças aos responsáveis pelas manifestações da última quarta-feira (20). Ao todo, 14 organizações foram identificadas como responsáveis pelos atos nas ruas de Buenos Aires, e deverão arcar com a dívida de 60 milhões de pesos, o que equivale à cerca de R$ 360 mil. A informação foi dada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, nesta sexta-feira (22).
As manifestações da última quarta-feira (20) surgem após o primeiro anúncio do novo protocolo do Ministério de Segurança, que traz medidas contra piquetes.
Segundo Adorni, o governo ainda entrou com uma denúncia judicial contra as organizações, pelos supostos crimes de extorsão e fraude em relação à gestão dos programas sociais. De acordo com o porta-voz, a denúncia é resultado de chamadas recebidas pelo Disque-Denúncia.
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, confirmou em um ofício as informações dadas por Adorni.
Entretanto, entre as organizações citadas por Adorni está o Movimento Evita, uma entidade peronista que não participou dos protestos. Os atos contra o governo Milei foram convocados por organizações de esquerda, sindicatos e direitos humanos.
O Movimento Bairros de Pé também foi citado pelo porta-voz, mas afirmou à imprensa que não estavam na marcha. O assessor de imprensa, Javier Nunez, diz que "[o governo] não sabe usar a inteligência". Ele ainda acrescenta que não foram notificados até o momento.
Para a deputada da Frente de Esquerda Myriam Bregman, a ministra da Segurança montou "um operativo tão desnecessário como abusivo". "É irracional que agora as organizações devam pagar seu show macabro", disse a parlamentar que foi candidata à presidência nessas eleições.
Na ocasião, o policiamento nas ruas foram reforçados, com placas e serviços de alto-falante nas estações de trem na capital argentina. Os avisos relembravam a campanha de repressão contra manifestações.
A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, já havia informado na última segunda-feira (18) que a pasta iria cortar os benefícios de quem estivesse em atos que bloqueavam as ruas.