Na última sexta-feira (15), um bebê de apenas 1 ano de idade, Nicholas Dominici, morreu em Nova York por overdose de fentanil
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Na última sexta-feira (15), um bebê de apenas 1 ano de idade, Nicholas Dominici, morreu em Nova York por overdose de fentanil

Uma quarta e avassaladora onda da  epidemia do fentanil atinge os EUA e apresenta registros recordes de casos de overdose devido ao consumo da droga no país. Em 2021, ano em que há dados disponíveis, estima-se que 70 mil americanos morreram de overdose por consumo de opióides sintéticos do tipo.

Na última sexta-feira (15), um  bebê de apenas 1 ano de idade, Nicholas Dominici, morreu em Nova York por overdose de fentanil. As autoridades suspeitam que ele tenha entrado em contato com a substância ao dormir em um tapete de creche onde passava o dia.

Diante da crise que tem se estendido ao longo dos últimos anos, republicanos como Donald Trump propõem ataques militares contra os cartéis mexicanos, que supostamente estariam envolvidos no tráfico da substância química ao país.

A administração do presidente Joe Biden acusa México e a China de facilitarem o tráfico da substância em seu território, alegando que a matéria prima para a produção do  fentanil tem origem chinesa e produção mexicana. Ambos os governos negam envolvimento no caso e afirmam que veem a questão como um problema exclusivamente americano.

Opióides  sintéticos como o fentanil são 100 vezes mais potentes que a morfina e 50 vezes mais fortes que a heroína. Além disso, a substância tem custo de produção barato e alto nível de letalidade entre os usuários.

De acordo com o chefe de política de controle de drogas da Casa Branca, Rahul Gupta, as substâncias utilizadas para a produção do fentanil saem “quase que inteiramente” da China com destino ao México, onde é feita a produção.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, negou envolvimento chinês no tráfico de fentanil pelo México e afirmou em um comunicado governamental, que o problema foi "totalmente criado nos EUA", referindo-se à produção de medicamentos a base de opióides pelas empresas de farmacêuticas americanas, como o Xanax and Adderall vendidos sob prescrição médica em diversos países. 

"Os EUA devem enfrentar seus próprios problemas e tomar medidas mais substantivas para fortalecer a supervisão doméstica e reduzir a demanda", reiterou.

À medida que a corrida eleitoral à presidência dos EUA se aproxima (2024), as acusações intrapartidárias e internacionais em relação à crise do fentanil também devem aumentar.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que os mexicanos não produzem nem usam essa droga. Membros de seu gabinete de segurança mexicano estiveram em Washington em abril deste ano para um debate sobre o problema. Na ocasião, foi lida uma carta ao presidente chinês, Xi Jinping, solicitando ajuda para "controlar o tráfico de fentanil".

Segundo a Casa Branca, a produção de fentanil mudou da China para o México após Pequim começar a reprimir os envios da droga e de produtos químicos de produção ainda em 2018. Pequim teria formalmente cortado os laços de combate ao tráfico do produto químico, após visita provocativa da deputada Nancy Pelosi a Taiwan. 

A administração Biden afirma que não pretende realizar ações militares no México contra os cartéis. Em Abril deste ano, Biden impôs sanções a dois produtores chineses de substâncias base para produção do fentanil, porém a medida ainda não surtiu efeito para interromper a produção, o tráfico e muito menos o consumo da droga.

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