Nesta quarta-feira (30), um grupo de militares do Gabão, país da África Central, anunciou um golpe de Estado em transmissão em rede nacional. Na ocasião, eles ainda afirmaram ter dissolvido todas as instituições democráticas do país e anulado as eleições presidenciais que reelegeram Ali Bongo Ondimba no último sábado (26) para um terceiro mandato.
Em discurso, eles alegaram que ocorreu fraude nas eleições gerais. Bongo, que está no poder há 14 anos, foi colocado em prisão domiciliar, informou o grupo de alta patente das Forças Armadas, que disse também ter fechado as fronteiras do país "até nova ordem".
O anúncio foi feito por um grupo de cerca de 12 militares, justificando a ação devido a um governo "irresponsável e imprevisível, que resulta em uma deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos".
O militar que leu o discurso dizia falar em nome de um "Comitê de Transição e Restauração Institucional". Segundo a agência de notícias AFP , durante a transmissão, era possível ouvir tiros de metralhadoras automáticas na capital do país, Libreville.
"Em nome do povo gabonês, nós decidimos defender a paz e colocar um fim no regime atual", afirmaram os militares.
Ali Bongo Ondimba havia sido reeleito com cerca de 64% dos votos, segundo a autoridade eleitoral do Gabão. A família do presidente governou o país durante 56 anos, sendo quase todo o período pós-independência.