O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo fazendo o primeiro discurso desde que liderou a tentativa de rebelião contra a Rússia no final de junho. As imagens indicam que ele e seus combatentes estariam em algum país da África.
A gravação foi publicada em canais do Telegram e reproduzidas nas redes sociais. No vídeo, Prigozhin aparece vestindo um uniforme militar camuflado e segurando um rifle em uma região deserta, mas não indica o local exato em que ele está.
"Trabalho. A temperatura está acima de 50 graus. Assim como nós gostamos. Estamos conduzindo atividades de pesquisa e reconhecimento, para tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África ainda mais livre. Justiça e felicidade para os povos africanos", disse o líder do grupo de mercenários, conforme a agência Ansa .
"O grupo segue desenvolvendo as atividades determinadas e que prometemos cumprir bem. Se precisarem de estabilidade e segurança, nos contatem", afirmou, dirigindo-se aos países africanos.
No fim de junho, em entrevista à mídia local, Prigozhin havia dito que os mercenários estavam prontos para aumentar a presença na África. "Não estamos reduzindo [nossa presença], aliás, estamos prontos para aumentar nossos vários contingentes", disse Prigozhin à agência de notícias africana Afrique Media , sediada em Camarões, segundo a Reuters .
Na ocasião, o chefe do grupo disse que o Wagner está cumprindo com todas as suas obrigações no continente e que quer aprofundar ainda mais as relações com os países africanos.
Relembre o caso
O Grupo Wagner ameaçou invadir a capital russa e se dirigiu a Moscou no último dia 23 de junho, até que um acordo foi anunciado no dia seguinte.
No sábado, 24, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que houve negociações entre as partes, mediadas pelo governo de Belarus, e um acordo foi alcançado com o grupo. Ele acrescentou que "evitar derramamento de sangue é mais importante do que perseguir alguém criminalmente".
Nenhum dos membros do grupo Wagner que participaram da rebelião será alvo de perseguição criminal. Os mercenários que não aderiram à revolta serão integrados ao Ministério da Defesa russo.
Na ocasião, também foi acordado que Prigozhin se exilasse em Belarus, país aliado de Moscou, e deixar o front na Ucrânia e em São Petersburgo.