Igreja Universal teria retirado mais de R$ 600 milhões por ano em Angola
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Igreja Universal teria retirado mais de R$ 600 milhões por ano em Angola

Igreja Universal do Reino de Deus - comandada pelo bispo Edir Macedo - é acusada de retirar ilegalmente de Angola, na África do Sul, US$ 30 milhões - ou R$ 166 milhões, na cotação atual - a cada três meses. As denúncias foram realizadas por bispos angolanos que se rebelaram contra a instituição e denunciaram a alta cúpula da igreja às autoridades locais. As informações são do portal Uol.

De acordo com a acusação, o ex-diretor da TC Record África - e também pastor - Fernando Henriques Teixeira seria o operador responsável pela retirada do dinheiro ilegal. Anualmente, um total de US$ 120 milhões - R$ 664 milhões, na cotação atual - eram desviados todos os anos e o esquema teria ocorrido durante os últimos 11 anos.

Armando Tavares, ex-bispo angolano da igreja, utiliza uma metáfora para explicar o que ocorria na instituição religiosa. "A imagem para representar o que acontecia em Angola era a de um saco sem fudo: tudo o que entrava, saía".

Depoentes afirmam que "os valores eram retirados da tesouraria da igreja e levado para a TV Record. Era mais fácil para um diretor da emissora fazer essas operações do que um pastor normal. O pastor tem uma visibilidade mais ampla no púlpito. Muita gente conhece o pastor. Mas não conhece os diretores da Record".

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João Bartolomeu, outro bispo que participou do movimento angolano contra a igreja Universal - acusa a rede de televisão de cometer crime de evasão de divisas. "Existem várias maneiras de fazer sair o dinheiro. Dependendo das regras de limite em cada um, eles mandam viajar para vários países. Se precisassem levar US$ 200 mil para a África do Sul, cada fiel saía com US$ 15 mil. Imaginem 50 pastores e 50 esposas viajando cada um com US$ 15 mil. Podia ser simulada uma caravana, uma conferência na África do Sul ou uma inauguração na catedral de Soweto, por exemplo. Esse procedimento pode ser enquadrado como enriquecimento ilícito. E isso também em Angola é crime. São recursos de uma instituição coletiva desviados para fins pessoais".


Em nota, a assessoria de imprensa da Igreja Universal em Angola desmentiu as acusações e declarou que todas as ofertas recebidas são declaradas.

"É totalmente falsa esta questão. É totalmente sem fundamento. Isto é uma versão levantada por estes ex-pastores e pastores de dissidências com o objetivo de tomar a igreja. Eles criaram a sua versão a fim de tomar a igreja, uma vez que é um crime. Todas as ofertas da igreja são totalmente declaradas aqui para o Estado e a esta versão que os dissidentes levantaram é totalmente infundada".

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