Ex-presidente Lula da Silva
Agência Brasil
Ex-presidente Lula da Silva

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um sinal claro, nesta segunda-feira, que entrará de cabeça na disputa pela Presidência da República, caso consiga reverter a sua ilegibilidade na Justiça.

Em carta à nação, escrita e publicada em vídeo, o petista fez duras críticas a Jair Bolsonaro , que pode ser o seu principal concorrente no pleito de 2022. É importante ressaltar que Lula segue impedido de concorrer, por ter sido condenado em segunda instância, porém, conforme o especialista em direito público e eleitoral, Agnelo Sad Junior, o quadro pode mudar, caso haja uma anulação das decisões judiciais condenatórias.

Lula aproveitou o feriado de 7 de setembro para criticar duramente a forma que o atual comandante do país está lidando com a pandemia. De acordo com o ex-presidente, o governo "converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa".

“Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa. Os recursos que poderiam estar sendo usados para salvar vidas foram destinados a pagar juros ao sistema financeiro.”, apontou.

Nesta segunda-feira,  o presidente Jair Bolsonaro participou de uma solenidade no gramado do Palácio da Alvorada. Sem máscara, ele provocou aglomeração e cumprimentou populares numa cerimônia de cerca de meia hora.

Lula também falou sobre o sucateamento do SUS e do trabalho feito pelos profissionais da saúde para lutar contra o vírus.

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“Os governos que emergiram do golpe congelaram recursos e sucatearam o Sistema Único de Saúde, o SUS, respeitado mundialmente como modelo para outras nações em desenvolvimento. E o colapso só não foi ainda maior graças aos heróis anônimos, as trabalhadoras e trabalhadores do sistema de saúde”, criticou.

Ainda em seu pronunciamento, Lula lembrou da última eleição e apontou que o país vive em um "pesadelo sem fim".

“Aceitaram como natural sua fuga dos debates. Derramaram rios de dinheiro na indústria das fake news. Fecharam os olhos para seu passado aterrador. Fingiram ignorar seu discurso em defesa da tortura e a apologia pública que ele fez do estupro. As eleições de 2018 jogaram o Brasil em um pesadelo que parece não ter fim. Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas”, disse.

Os processos em que foi condenado pela Justiça também foram alvo do ex-presidente, que acredita que tudo foi arquitetado pelos EUA.

“Nessas conquistas dos trabalhadores, nesse progresso dos pobres, no fim da subserviência, é aí que está a raiz do golpe de 2016. Aí está a raiz dos processos armados contra mim, da minha prisão ilegal e da proibição da minha candidatura em 2018. Processos que – agora todo mundo sabe – contaram com a criminosa colaboração secreta de organismos de inteligência norte-americanos”, afirmou.

Temas como a Amazônia; o sucateamento da Petrobras ; e o "furor privatista" do atual governo; e a perseguição a "pesquisadores, professores e artistas", também foram abordados na carta, que foi divulgada nas redes sociais de Lula.

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