"Estão enterrando meu pai vivo", diz Flávio Bolsonaro

Senador critica condições da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro

Flávio Bolsonaro
Foto: Reprodução/ Youtube/Conversa Timeline
Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo tratado " pior do que traficante " em uma " situação de sequestro " na superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) . As informações são do podcast Flow News.

O parlamentar atacou a atuação do magistrado, defendeu um projeto de anistia para os condenados dos atos de 08 de janeiro e criticou a gestão do presidente Lula, expressando confiança na vitória da centro-direita em 2026.

Flávio Bolsonaro descreveu a dificuldade de obter informações sobre o estado de saúde do pai, que sofre com refluxo agravado pela facada de 2018. " A gente fica sabendo por um parente da Michele que vai lá levar as refeições [...] a notícia que a gente tem é sempre muito genérica ", disse.

" Só posso estar com ele uma vez por semana por 30 minutos ", criticou o senador sobre as regras de visitação. Flávio ainda comparou a situação a um " cativeiro ".

Sobre o episódio da tornozeleira eletrônica, o senador afirmou que seu pai estava sob efeito de medicamentos que causaram paranoia e falta de coordenação motora, descartando qualquer tentativa de fuga.

Pauta da anistia

Um dos focos da entrevista foi a defesa do projeto de anistia para os envolvidos nos episódios de 08 de janeiro de 2023. Flávio afirmou que há uma "pressão" externa ao Congresso para travar a pauta.

" Tem claramente um fator externo estranho ao Congresso Nacional que inviabiliza o andamento dessa pauta. A gente tá com dificuldade até de pautar ", disse, acrescentando que " a pressão viria de algum dos poderes... é lógico que vem do outro lado da Praça dos Três Poderes ".

Sem citar nomes diretamente, Flávio associou a dificuldade ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de " o grande articulador para a gente chegar até esse ponto ".

Disputa eleitoral de 2026

Questionado sobre a suposta fragmentação da direita para as eleições de 2026, com nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), Flávio Bolsonaro minimizou a divergência e afirmou que a palavra final sobre um candidato será de Jair Bolsonaro.

"O  Lula não vai ser mais presidente do Brasil em 2027 ", declarou o senador, afirmando que isso acontecerá independentemente do nome na corrida presidencial .

Flávio acredita que a polarização será clara. " Aqui tem um lado que é a favor de tratar bandido como bandido... e um lado que tá aqui defendendo ditaduras ", afirmou.


O senador ainda rebateu críticas de que sua atuação é mais moderada que a do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL). " Todo mundo que tentou ser Jair Bolsonaro na vida, imitar, chegar perto, cara, só se ferra. Ele tem um local de fala que eu não tenho ", comentou Flávio.