
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (9) acreditar que as pendências comerciais entre Brasil e Estados Unidos caminham para uma solução após uma conversa telefônica com o presidente norte-americano, Donald Trump. O diálogo ocorreu na segunda-feira (6) e durou cerca de 30 minutos.
Em entrevista à Rádio Piatã FM, da Bahia, Lula afirmou que a conversa foi cordial e superou suas expectativas.
“Ele me telefonou e eu estava na expectativa que teria muita discussão. Ele me ligou da forma mais gentil que um ser humano pode tratar o outro, eu tratando ele de forma civilizada e ele me tratando de forma civilizada” , disse o presidente.
O telefonema teve como foco a tentativa de reduzir as tensões bilaterais, agravadas pela recente sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Segundo Lula, o diálogo pode representar um avanço nas negociações.
“Aquilo que parecia impossível, eu tive uma conversa com o presidente Trump por meia hora no telefone e acho que o nosso problema com os Estados Unidos será resolvido também. Porque a gente quer estar bem com a China, estar bem com os Estados Unidos, com a Argentina, Uruguai, Bolívia, não queremos estar mal com nenhum país” , afirmou.
Negociações
Paralelamente, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, manteve contato com o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que foi indicado por Trump para conduzir as tratativas com o governo brasileiro.
A conversa, realizada também na quinta-feira, foi descrita como produtiva. Rubio convidou Vieira para uma reunião em Washington, ainda sem data definida, com o objetivo de preparar um encontro entre os dois presidentes.
O encontro de cúpula entre Lula e Trump não tem local nem data confirmados, mas é considerado fundamental para discutir as tarifas impostas às exportações brasileiras e restabelecer o equilíbrio nas relações comerciais entre os países.
Lula tem reiterado a importância de manter o diálogo aberto com as principais potências econômicas, em especial Estados Unidos e China, dentro de uma política externa voltada à cooperação e ao comércio.