Michelle Bolsonaro discursa durante o evento PL Mulher
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Michelle Bolsonaro discursa durante o evento PL Mulher


Jair Bolsonaro (PL) definiu nesta sexta-feira (18)  Michelle Bolsonaro (PL) como porta-voz política do campo bolsonarista , aumentando as chances dela ser candidata a presidente em 2026.

Inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente tem articulado duas frentes para a eleição: o nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e alguém da própria família.

A decisão sobre quem representará o grupo será tomada apenas na reta final do prazo legal. Michelle tem reforçado seu papel político à frente do PL Mulher e ampliado presença em eventos eleitorais do partido.

Pesquisas como a AtlasIntel de abril de 2025 indicam que ela figura em empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno.

O desempenho nas sondagens e o apelo junto ao eleitorado evangélico e feminino levaram Bolsonaro a colocá-la na linha de frente da comunicação do grupo político, com o discurso alinhado ao do marido.

O uso de Michelle como porta-voz também atende à necessidade de manter a base bolsonarista mobilizada diante das restrições judiciais impostas a Bolsonaro.

Na sexta-feira (18), ele foi alvo de operação da Polícia Federal, que resultou em medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de utilizar redes sociais e de manter contato com aliados, entre eles o filho Eduardo Bolsonaro (PL). A decisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.

Aliados do ex-presidente avaliam que a operação pode dificultar sua atuação direta na pré-campanha. Com isso, Michelle ganha autonomia na interlocução com a militância, enquanto Bolsonaro posterga a definição sobre quem representará o seu grupo na eleição presidencial.


Tarcísio de Freitas no páreo

Paralelamente, Tarcísio de Freitas é tratado como alternativa com potencial de atrair apoio de partidos do Centrão e setores do mercado. O governador tem dito que concorrerá à reeleição em São Paulo, a menos que haja um pedido explícito de Bolsonaro.

Internamente, no entanto, persiste a desconfiança de aliados do ex-presidente, que veem em Tarcísio uma figura moderada e sem vínculos diretos com a família Bolsonaro.

A estratégia de manter duas opções em aberto repete a lógica usada por Lula em 2018, quando o ex-presidente, também inelegível, indicou Fernando Haddad (PT) às vésperas do prazo eleitoral.

Tarcísio no lançamento do programa SuperAção
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP
Tarcísio no lançamento do programa SuperAção


Bolsonaro, segundo pessoas próximas, avalia repetir esse formato: insistir em seu próprio nome até o limite e, se impedido judicialmente, transferir o capital político para um substituto — com Michelle entre as favoritas.

Dentro do PL, há pressão de setores ligados ao agronegócio e ao Congresso para que Bolsonaro defina logo um nome.

A indefinição preocupa especialmente aliados que veem em Tarcísio o único nome competitivo fora da esquerda. O governador tem até abril para deixar o cargo de governador para concorrer à presidência.

Enquanto isso, Michelle segue em campo, reforçando a posição de porta-voz do bolsonarismo e mantendo a estrutura familiar na disputa de 2026.

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