
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou neste sábado (5) que apenas Michelle Bolsonaro teria condições de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva(PT) em um eventual segundo turno presidencial em 2026, caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível.
A declaração ocorreu em um evento do PL Mulher e foi interpretada por lideranças do Centrão como sinal de que o partido não está comprometido com a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos).
Partidos como PSD, União Brasil, Republicanos, PP, PRD e Solidariedade já declararam apoio a Tarcísio na disputa presidencial. No entanto, o PL aguarda a definição da situação jurídica de Jair Bolsonaro.
A estratégia da legenda é registrar a candidatura do ex-presidente e mantê-lo na disputa até que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se manifeste sobre sua inelegibilidade. Caso seja barrado, o vice da chapa assumiria o lugar, modelo semelhante ao adotado por Lula em 2018.
Tarcísio resiste à ideia de ser vice em uma chapa com risco jurídico. Para concorrer à Presidência, ele precisaria renunciar ao governo de São Paulo até abril de 2026. A possibilidade de ser substituto de última hora contraria seus planos políticos.
Susto no Centrão
A declaração de Valdemar foi recebida como um recado direto aos partidos do Centrão. A percepção é de que Bolsonaro não pretende apoiar Tarcísio, mas sim alguém de sua família. Os nomes mais cotados dentro do PL são Michelle e Eduardo Bolsonaro.
Aliados do ex-presidente afirmam que ele ainda não tomou decisão definitiva. Bolsonaro tem evitado definições e informou a interlocutores que não pretende ser pressionado. Segundo pessoas próximas, quando pressionado, costuma reagir em sentido oposto às cobranças.