O tenente-coronel Mauro Cid revelou à Polícia Federal que o general Braga Netto , ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, teria entregue dinheiro vivo a militares das Forças Especiais conhecidos como "kids pretos" para financiar supostos planos de golpe de Estado ao final daquele ano.
Entrega de dinheiro em sacolas de vinho
Segundo Cid , Braga Netto utilizou embalagens de vinho para repassar os recursos aos militares apontados pela PF como participantes do plano. Em depoimento na última quinta-feira (5), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro confirmou que o ex-ministro foi responsável por financiar a logística do esquema. A informação foi inicialmente divulgada pelo ICL Notícias .
Não há, até o momento, informações sobre o valor exato entregue ou a origem dos recursos. No entanto, a Polícia Federal apurou , em fevereiro, que Mauro Cid e o major Rafael de Oliveira estimaram os custos do plano golpista em R$ 100 mil . Esse montante seria utilizado para despesas de deslocamento, hospedagem e alimentação de militares transferidos do Rio de Janeiro para Brasília entre novembro e dezembro de 2022.
Plano "Copa 2022" e objetivos golpistas
O dinheiro estaria relacionado ao plano operacional chamado "Copa 2022", que incluía monitoramento de figuras públicas como o ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF), e, em um cenário extremo, atentados contra o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A PF também encontrou um documento que previa Braga Netto como chefe de um eventual governo provisório, em caso de golpe. O plano foi descoberto com o general da reserva Mario Fernandes , ex-ministro interino, e previa um "gabinete de gestão da crise" liderado por Braga Netto e pelo general Augusto Heleno , ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ambos estão entre os 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe.