A Polícia Federal (PF) tem três suspeitas sobre a identidade do codinome “Juca”, citado pelos militares envolvidos no plano de assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A corporação aponta que "Jeca" era usado para se referir a Lula, enquanto "Joca" era o codinome de Alckmin. "Juca", no entanto, permanece um mistério para a força policial. No relatório da investigação, é citada uma “iminência parda” sobre o presidente, uma pessoa que seria uma liderança da “esquerda mais radical”.
Com isso, a PF desconfia de três nomes: o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, o chefe de gabinete Marco Aurélio Ribeiro, o Marcola, ou o ex-ministro José Dirceu.
Para os investigadores, Dirceu é o nome provável da lista, uma vez que tem contato mais direto com a militância petista.
Apesar de seu nome estar entre os alvos dos militares, o ministro Moraes não é considerado uma possibilidade para "Juca". Isso porque, ao longo da investigação, descobriu-se que os envolvidos o chamavam pelo sobrenome ou pelo apelido de "Professora".
Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
A PF aponta, no relatório da investigação sobre a tentativa golpista, que há fortes indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia sobre o plano de execução das autoridades após as eleições.
Na última quinta-feira (21), o advogado do tenente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, confirmou que Bolsonaro tinha "pleno conhecimento" sobre os planos de assassinato.
"Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização", afirmou o advogado Cezar Bitencourt em entrevista à Globonews.
Ao ser perguntado se Cid detalhou a reunião do dia 12 de novembro de 2022 que, segundo a PF, teria acontecido na casa de Braga Netto e que houve apresentação do plano de golpe e assassinato, o advogado respondeu que o tenente "deu alguns detalhes".
Em seguida, o advogado voltou atrás e disse que não afirmou que Bolsonaro sabia de tudo.
"Uma coisa importante que eu tenho que retificar, que saiu uma coisa errada aí, eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Até porque o tudo é muita coisa, né. Alguma coisa evidentemente ele tinha conhecimento, mas o que é o plano. O plano tem um desenvolvimento muito grande", disse Bittencourt na segunda parte da entrevista.
"O presidente [Bolsonaro], segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estava se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido", reiterou o advogado.