Milei não esclareceu como o país pretende se posicionar em temas em discussão para a declaração final dos chefes de Estado
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Milei não esclareceu como o país pretende se posicionar em temas em discussão para a declaração final dos chefes de Estado

No seu primeiro discurso como presidente da Argentina  durante a cúpula do G20 , nesta segunda-feira (18), Javier Milei reafirmou sua postura liberal, criticou a intervenção estatal na economia e defendeu o livre mercado como solução para questões como a fome. 

Apesar disso, Milei não esclareceu como o país pretende se posicionar em temas em discussão para a declaração final dos chefes de Estado , segundo fontes presentes na reunião.  

A fala de Milei foi descrita como genérica, com destaque para a defesa de princípios econômicos liberais. Ele reconheceu que a Argentina enfrenta desafios graves, como a pobreza, que já atingiu mais da metade da população, mas garantiu que seu governo está comprometido em combater o problema.  

Inicialmente, a Argentina hesitou em aderir à Aliança Global contra a Fome, uma iniciativa liderada pelo Brasil. 

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que o presidente Milei decidiu assinar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza depois de perceber que propostas que seu país defende estão presentes no documento.

“Quando foi colocada a primeira relação, o presidente Milei ainda estava em um processo de entendimento, de diálogo. Ficou bem claro na fala e na posição que ele manifestou: de um lado, ele tem uma posição na defesa do liberalismo, na defesa de solução pelo mercado; mas as propostas que a Argentina defende estão nos termos da aliança. Propostas como o caminho da qualificação, do emprego, do apoio ao empreendedorismo. Ele próprio reconheceu que a Argentina é um país que, lá atrás, tinha um nível de pobreza entre os mais baixos da nossa região e do mundo e, agora, ultrapassou 50% [da população] em situação de pobreza. A não saída [da Argentina] na primeira relação [de signatários da aliança] foi tão somente porque ainda tinha um processo de diálogo em andamento”, disse.

Negociações

A presidência brasileira, que conduz a cúpula, tenta convencer o governo Milei a assinar a declaração final do G20, mesmo que inclua ressalvas durante as discussões. Diplomatas apostam que, ao fim das negociações, a Argentina deve aderir ao documento, mantendo as críticas fora do texto oficial.  

A postura de Milei no G20 é observada de perto, visto que sua chegada ao poder marca uma guinada significativa na política externa argentina, com maior alinhamento a valores liberais e uma possível revisão de compromissos regionais e globais.

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