Derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo, o ex-candidato Guilherme Boulos (PSOL) apresentou, na noite deste domingo (27), uma notícia-crime ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) . Na tarde de hoje, o chefe do Executivo estadual alegou, sem apresentar provas, que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teria orientado voto no psolista.
O relator será o ministro Nunes Marques, que também é membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe à presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia, decidir se abre, ou não, um inquérito para apurar o caso.
Mais cedo, o advogado de Boulos já havia acionado a Justiça Eleitoral de São Paulo contra Tarcísio e Nunes por "abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação".
Entenda o caso
Neste domingo, Tarcísio afirmou que há informações de inteligência que apontam que uma facção criminosa na capital paulista pediu que familiares e apoiadores votassem em Boulos.
“A presente demanda tem por objeto o abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social em razão das irresponsáveis declarações prestadas pelo Governador do Estado, Tarcísio Gomes de Freitas, ao lado dos réus Ricardo Luis Nunes e Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araujo, pouco após as 12h de hoje, durante o horário de votação”, diz a ação protocolada pelo advogado Francisco Octavio de Almeida Prado Filho, da campanha do psolista.
Na ação apresentada ao TRE-SP, a defesa do ex-candidato do PSOL pede ainda a inelegibilidade do governador pelos próximos oito anos e a cassação de Nunes. “Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”, diz a liminar.
Nesta tarde, Boulos convocou coletiva de imprensa, na qual afirmou que espera que a Justiça Eleitoral “seja rápida no seu posicionamento, porque isso é inadmissível em uma situação de normalidade democrática”.
Segundo o candidato, a ação foi emergencial “para poder reduzir danos desse impacto absurdo dessa declaração criminosa do governador do estado para beneficiar o meu adversário”.
A declaração de Tarcísio foi dada a jornalistas no local de votação do governador, no colégio Miguel Cervantes, na zona sul da capital paulista. Ele estava acompanhado do prefeito reeleito Ricardo Nunes e de outros apoiadores.
"Aconteceu aqui também, teve o salve. Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de intercepção, de inteligência, mas não vai influenciar nas eleições". Em seguida, revelou que a suposta orientação dos criminosos a familiares e apoiadores era a do voto em Boulos.
O governador, que foi o principal cabo eleitoral de Nunes ao longo da campanha, também afirmou que as mensagens interceptadas estão sendo encaminhadas para o TRE. O órgão, no entanto, negou que recebeu relatório ou trocou informações sobre o assunto com o chefe do Executivo estadual.
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