O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo, nesta quarta-feira (17), ao lado do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na publicação, o ex-mandatário demonstra apoio ao candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro e anuncia que estará ao lado do aliado em campanhas marcadas para esta semana.
O vídeo surge dois dias depois de uma conversa entre Bolsonaro e Ramagem para proteger o senador Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas" vir à tona . O diálogo se tornou público depois do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), derrubar o sigilo do inquérito.
Mesmo com a gravação, Bolsonaro indicou que não abandonará Ramagem, suspeito de comandar um esquema de espionagem ilegal em seu governo.
"Olá, amigos do Rio de Janeiro. Nessa próxima quinta-feira, às 10h30, juntamente com Ramagem, estaremos na Praça Saens Peña, aí na Tijuca, para bater um papo contigo sobre o nosso município. No dia seguinte, no mesmo horário, às 10h30, no Calçadão de Campo Grande, também discutindo os nossos problemas, o nosso município do Rio de Janeiro. Compareça", diz Bolsonaro na gravação ao lado de Ramagem.
Os áudios
Os áudios fazem parte do inquérito que investiga o uso da Abin para realizar espionagem ilegal de adversários políticos do ex-presidente. A quarta fase da operação Última Milha aponta que a gravação contém Ramagem afirmando a necessidade de ações para anular a investigação que tinha Flávio Bolsonaro como alvo.
No diálogo, discutiram maneiras de prejudicar os investigadores e afastar os auditores da Receita Federal. Flávio Bolsonaro foi acusado de realizar movimentações bancárias suspeitas após um relatório produzido pelo Coaf.
Abin paralela
De acordo com a PF, investigadores descobriram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Se as condutas forem confirmadas, os investigados podem ser indiciados pela PF e, posteriormente, denunciados à Justiça. Os possíveis crimes incluem:
- Organização criminosa;
- Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
- Interceptação clandestina de comunicações;
- Invasão de dispositivo informático alheio.
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