Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL-RJ)
Carolina Antunes/PR
Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL-RJ)

Polícia Federal (PF) decidiu nesta sexta-feira (12) que vai intimar o deputado federal  Alexandre Ramagem (PL-RJ) para depor sobre a "Abin paralela", suposto esquema ilegal de espionagem contra autoridades que teria acontecido no governo de  Jair Bolsonaro (2019 a 2022), na próxima quarta-feira (17). 

O depoimento acontecerá na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Outros servidores da Abin também serão ouvidos na próxima semana. O deputado federal, que esteve à frente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão Bolsonaro, falará pela primeira vez sobre o caso em que é investigado.  

A notícia surge após a PF realizar a quarta fase da operação Última Milha, na última quinta-feira (11), quando cumpriu mandados de prisão preventiva contra cinco aliados de Ramagem . Os alvos foram: Mateus de Carvalho Sposito (ex-assessor da Secom), Richards Dyer Pozzer (empresário), Rogério Beraldo de Almeida (influenciador), Marcelo Araújo Bormevet (agente da PF) e Giancarlo Gomes Rodrigues (militar do Exército). 

De acordo com a PF, investigadores descobriram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações da Abin na gestão Ramagem, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações falsas.

A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

Se as condutas forem confirmadas, os investigados podem ser indiciados pela PF e, posteriormente, denunciados à Justiça. Os possíveis crimes incluem:

- Organização criminosa;
- Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
- Interceptação clandestina de comunicações;
- Invasão de dispositivo informático alheio.

Em janeiro, vale lembrar, a PF já havia encontrado documentos da chamada "Abin paralela" na casa de Ramagem .

Além dos documentos, um celular e um notebook pertencentes à Abin foram encontrados na residência de Ramagem. Conforme normativa da Abin, após deixar a agência em março de 2022, Ramagem não deveria manter consigo nenhum documento ou equipamento da instituição.

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