Delegado é acusado de ter atrapalhado investigações do assassinato de Marielle Franco
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Delegado é acusado de ter atrapalhado investigações do assassinato de Marielle Franco


O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, prestará depoimento nesta segunda-feira (3), às 13h, sobre as investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Barbosa, preso desde 24 de março sob a acusação de envolvimento no assassinato, será ouvido pela Polícia Federal.

O depoimento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após Rivaldo, preso na Penitenciária Federal de Brasília, enviar um bilhete suplicando pela oportunidade de apresentar sua versão.

O magistrado determinou que a Polícia Federal colhesse o depoimento. Barbosa poderá, conforme a Constituição Federal, optar por não responder a perguntas que possam incriminá-lo. No entanto, a PF acredita que ele responderá a todas as questões, já que vem solicitando ser ouvido desde abril.

Os advogados de Barbosa classificaram o bilhete enviado ao ministro do STF como um ato de "desespero" devido à ausência de uma audiência. A defesa espera que o depoimento restabeleça a "legalidade e constitucionalidade" do processo, negando a possibilidade de delação premiada e afirmando que o delegado não cometeu o crime.

Rivaldo Barbosa é acusado de auxiliar no planejamento do assassinato de Marielle e Anderson, recebendo propina para obstruir as investigações.

A PF alega que Barbosa recebeu R$ 400 mil para dificultar os trabalhos investigativos. O delegado nega todas as acusações.

Morte de Marielle Franco

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em 14 de março. De acordo com a Polícia Federal, o crime foi encomendado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

Na época, Chiquinho era vereador juntamente com Marielle. O assassinato foi executado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, preso em março de 2019 e condenado em 2021 por ocultar as armas utilizadas no crime.

Lessa, expulso da Polícia Militar, fez uma delação apontando os irmãos Brazão como mandantes.

Outro envolvido no caso é o ex-sargento da Polícia Militar, Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro utilizado no crime.

O ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, também foi acusado de fornecer um veículo para a quadrilha, esconder as armas após o crime e auxiliar na sua destruição.

Segundo a delação premiada de Ronnie, Chiquinho Brazão demonstrou "reação descontrolada" à atuação de Marielle Franco no segundo trimestre de 2017, quando ela pressionava a votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016.

O projeto visava regularizar um condomínio na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para especulação imobiliária, sem respeitar critérios de área de interesse social.

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