Rivaldo Barbosa está preso por suspeita no envolvimento do assassinato de Marielle Franco
Fernando Frazão/Agência Brasil
Rivaldo Barbosa está preso por suspeita no envolvimento do assassinato de Marielle Franco

Polícia Federal (PF) apontou que o delegado Rivaldo Barbosa , acusado de participar do assassinato da vereadora  Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes , usou a estrutura da Delegacia de Homicídios (DH) para beneficiar a empresa Mais I Consultoria Empresarial LTDA , constituída em conjunto com sua mulher, Érika Araújo . A informação foi divulgada pelo ICL Notícias

De acordo com documentos da PF obtidos pela reportagem, Rivaldo providenciou informações da Polícia Civil à construtora Calper , por intermédio da empresa, e chegou a ter crachá e equipamento de proteção individual para acessar o canteiro de obras.

Um exemplo de favorecimento consta num e-mail enviado no dia 30 de junho de 2017 para Érika. Nele, Rivaldo teria usado o endereço [email protected], da Delegacia de Homicídios, para enviar dados de furtos e roubos no entorno da Rua da Matriz, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro - a Calper pretendia construir um empreendimento no local.

"Apesar de constar no relatório de mancha criminal que os dados de criminalidade ali presentes possuem como origem informações presentes no banco de dados aberto do ISP-RJ (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro), o fato de o arquivo ter sido enviado para a MAIS I e para ERIKA por meio do e-mail institucional da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, levanta indícios do envolvimento de servidor da PCERJ na confecção de tal relatório e, consequentemente, na execução de trabalhos para a empresa de ERIKA/RIVALDO, sobretudo tendo em vista que o acesso a tal e-mail deva ser restrito a um número limitado de servidores", aponta a PF.

Em outro e-mail obtido pela PF, consta um pedido de bota para servidores da Polícia Civil e para Rivaldo, como equipamentos de proteção individual para acessar a construção da Calper. No texto, Érika solicitou ainda crachá para o marido, mas deixou claro que o dele não poderia ter qualquer tipo de identificação.

Além disso, de acordo com a PF, a empresa do casal teria sido constituída em 2014. No período em que ficou aberta, a Mais I teria movimentado cerca de R$ 2 milhões, ainda que não tenha empregado um funcionário com carteira assinada. A quantia também levantou suspeitas na investigação.

À reportagem do ICL Notícias , a defesa do delegado afirmou que todas as questões estão sendo respondidas nos autos, com a apresentação de 63 documentos - entre eles, o contrato de serviços prestados e as notas fiscais.

Depoimento

No caso envolvendo os assassinatos de Marielle e Anderson, o  delegado presta depoimento, nesta segunda-feira (3), à Polícia Federal. A oitiva, a ser realizada a pedido de Barbosa, será na Penitenciária Federal de Brasília, onde ele está preso.

A oitiva de Barbosa foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última segunda-feira (27). Ao ser intimado a responder à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o delegado pediu “pelo amor de Deus” e “por misericórdia” para prestar depoimento à PF.

Barbosa foi preso no dia 24 de março, junto com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Os três foram denunciados por participação nos assassinatos. Segundo as investigações, o ex-chefe da Policia Civil deu orientações, a mando dos irmãos Brazão, para realização dos disparos contra Marielle e o motorista Anderson Gomes.

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