Ex-chefe da Polícia Civil do Rio, o delegado Rivaldo Barbosa
Fernando Frazão/Agência Brasil
Ex-chefe da Polícia Civil do Rio, o delegado Rivaldo Barbosa


Marcelo Ferreira, advogado do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, fez um pedido nesta segunda-feira (3) para que fossem apresentadas as conversas que seu cliente teria mantido com o ex-policial militar Ronnie Lessa e com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

O advogado afirmou que Barbosa respondeu a todas as perguntas feitas pela Polícia Federal durante o depoimento.

"Ele nunca esteve com essas pessoas, não conhece essas pessoas. Ele entregou o celular dele para a Polícia Federal com todas as senhas e isso nunca foi levado em consideração. Cadê as conversas que teria tido com ele? Se foi combinado um ano antes que ele receberia um valor para poder não investigar um crime que acontecia no futuro, cadê qualquer elemento em relação a isso? Não tem, a Polícia Federal não conseguiu trazer isso e ficou muito claro no depoimento que realmente ele nunca teve contato com ninguém", declarou Marcelo Ferreira.

O depoimento de Rivaldo ocorreu por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após um pedido feito pelo próprio Barbosa em um bilhete para ser ouvido pela Polícia Federal.

Barbosa foi preso em 14 de março, juntamente com os irmãos Brazão, que são apontados como os mandantes do crime. O delegado teria recebido R$ 400 mil em propina para atrapalhar as investigações.

Os três envolvidos negam qualquer participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.

Na época do assassinato, Chiquinho Brazão era vereador juntamente com Marielle. O crime foi executado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, preso em março de 2019 e condenado em 2021 por ocultar as armas utilizadas no crime. Lessa, expulso da Polícia Militar, fez uma delação apontando os irmãos Brazão como mandantes.

Outros envolvidos no caso incluem o ex-sargento da Polícia Militar, Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro utilizado no crime, e o ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, acusado de fornecer um veículo para a quadrilha, esconder as armas após o crime e auxiliar na sua destruição.

Segundo a delação premiada de Ronnie Lessa, Chiquinho Brazão demonstrou "reação descontrolada" à atuação de Marielle Franco no segundo trimestre de 2017, quando ela pressionava a votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016, que visava regularizar um condomínio na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para especulação imobiliária, sem respeitar critérios de área de interesse social.

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