O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira (23) a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto por invasão ao site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para implantação de dados falsos.
Eles foram denunciados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A investigação é sigilosa e tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
A defesa da deputada afirmou receber a denúncia "com surpresa, já que inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgatti a praticar as ações que praticou", disse em nota enviada ao Portal iG .
A Polícia Federal (PF) indiciou Zambelli e Delgatti em fevereiro pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A PF apura se eles tentaram inserir documentos falsos contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz a nota da PF.
A partir de agora, o ministro relator irá analisar a denúncia da PGR e decidir se torna a deputada e o hacker réus. Se isso acontecer, os dois devem responder a uma ação penal no tribunal.
À PF, Delgatti já revelou que a deputada o financiava para fazer diversas irregularidades, incluindo tentativas de invasão das urnas eletrônicas, celulares de ministros do STF, além dos sistemas do TSE e CNJ.
A defesa de Zambelli, no entanto, contesta. "A narrativa dele acusando a Deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada."
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