Ministro de Lula diz que Musk "ataca soberania" do Brasil

Alexandre Padilha, chefe da Secretaria das Relações Institucionais, saiu em defesa do STF

Ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 27/07/2023
Ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais

O ministro  Alexandre Padilha (PT), da Secretaria das Relações Internacionais, saiu em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF) , nesta segunda-feira (8), ao repudiar  as críticas feitas pelo bilionário Elon Musk contra o ministro Alexandre de Moraes

De acordo com Padilha, o dono da rede social X (antigo Twitter) está promovento ataques à soberania do Brasil. Por este motivo, as instituições brasilerias deveriam dar uma "resposta" ao bilionário.

"Nós sabemos o que está em jogo nesse ataque. Eu acho que nós temos o dever, a sociedade brasileira, as instituições brasileiras, os Três Poderes, o Executivo, o Congresso Nacional e o Judiciário, de dar uma resposta política e institucional a esse ataque", afirmou.

“A nossa soberania está sendo atacada, nós vamos responder com mais soberania”, acrescentou o ministro. A fala ocorreu urante um Workshop, chamado ''Inteligência Artificial: Convergência e divergências sobre como regular'', em Brasília. 

Sem mencionar o nome de Musk, o ministro do presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda afirmou que "este indivíduo, um milionário que tem interesse direto nesse tema, fez um ataque à Suprema Corte. Ele disse que a Suprema Corte está praticando a censura no país".

Antes do posicionamento de Padilha, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), já havia dito a Musk que o "Brasil não é a selva da impunidade .


Entenda o caso

Neste sábado (6), o bilionário Elon Musk desafiou a Justiça brasileira e anunciou que vai remover restrições contra perfis no X que foram bloqueados a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em publicações, o dono da rede social denunciou uma suposta "censura agressiva" que "viola a lei e a vontade do povo brasileiro". Além disso, divulgou um relatório que acusa Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de tentar "minar a democracia" e de "transformar as políticas de moderação de conteúdo do Twitter em uma arma contra apoiadores" do ex-presidente  Jair Bolsonaro (PL).

Tido como inimigo número 1 do bolsonarismo, Moraes determinou nos últimos anos o bloqueio de diversos perfis que publicavam desinformações sobre o sistema eleitoral brasileiro e ataques contra as instituições, como o do empresário Luciano Hang e do blogueiro de extrema direita Allan dos Santos.

Resposta de Moraes

Após as publicações de Musk, o ministro Alexandre de Moraes determinou, na noite de domingo (7), que o empresário passe a ser investigado em novo inquérito , além de incluí-lo nas investigações das milícias digitais.

Moraes ordenou ainda que o X obedeça à Justiça Brasileira. O ministro estabeleceu uma multa de R$ 100 mil para cada perfil que for reativado de forma irregular.

O magistrado alegou que viu indícios de obstrução de Justiça e incitação ao crime nos  posts de Musk.

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