Em guerra no Brasil, Musk ignora censura na China e Arábia Saudita

Empresário possui relações comerciais fortes com os dois países

Foto: Enzo Souza*
Empresário Elon Musk tem batido de frente com o STF em sua rede social X (ex-Twitter)


Elon Musk, conhecido por sua atuação no setor de tecnologia e inovação, recentemente atraiu a atenção do Supremo Tribunal Federal (STF) após declarar publicamente sua posição em relação à liberdade de expressão e às ações judiciais no Brasil. Porém, seu comportamento é diferente quando China e Arábia Saudita são envolvidas.

Em uma série de pronunciamentos, o empresário acusou o ministro do Supremo Alexandre de Moraes de "ditador" e ameaçou reativar os perfis no X (ex-Twitter) que foram bloqueados no país por ordem judicial.

No entanto, o empresário não adotou uma postura semelhante em relação a outros países, como a China e a Arábia Saudita, onde a rede social é proibida e há graves restrições à liberdade de expressão.

Musk já demonstrou entendimento e simpatia em relação às políticas chinesas, chegando a defender em entrevista ao All-In Podcast a reintegração de Taiwan à China. Em declarações passadas, ele afirmou compreender a perspectiva de Pequim sobre a questão de Taiwan e buscou, sem sucesso, estabelecer relações com o governo chinês.

A China se tornou um mercado estratégico para a Tesla, empresa de Musk, que inaugurou uma fábrica em Xangai em 2020, aproveitando incentivos fiscais e uma legislação trabalhista mais flexível.

Por outro lado, apesar de não se manifestar publicamente contra o governo chinês, Musk é visto como um influenciador nos bastidores políticos dos EUA, atuando para impedir a entrada de fabricantes chineses de carros elétricos no mercado americano.

Além disso, Musk tem negócios com o governo da Arábia Saudita, por meio do príncipe Alwaleed bin Talal, um dos principais acionistas do Twitter.


O caso do professor aposentado Muhammad al-Ghamdi, condenado à morte na Arábia Saudita por suas publicações no X, chegou ao conhecimento do bilionário através de um profissional do jornal estadunidense "The Washington Post". Porém, o empresário optou por ignorar a mensagem.

No Brasil,  Elon Musk entrou no inquérito das fake news  e será investigado  pela justiça por decisão do ministro Alexandre de Moraes.