A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff
Reprodução/Twitter @dilmabr
A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), afirmou neste domingo (31) que é "crucial" manter a memória da ditadura militar, instaurada no Brasil em 1964 . A presidente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento) atualmente, foi na contramão do líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou  não ser necessário um ato oficial em memória da Ditadura Militar. Isso porque o mandatário afirmou recentemente que não pode "ficar remoendo sempre" o passado ditatorial.

"O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente", disse em entrevista para o programa É Notícia, da RedeTV!.

Lula, que foi preso durante o regime militar, tem sido criticado pela posição. O próprio partido do mandatário, o PT, divulgou uma nota apoiando os atos que relembram a ditadura militar.

"O PT apoiará e participará dos atos e manifestações da sociedade previstos para os dias 31 de março e 1º. de abril em diversos pontos do país, além das atividades organizadas por sua fundação, a Fundação Perseu Abramo, sobre os 60 anos do golpe. [...] O Partido dos Trabalhadores reafirma seu compromisso com a defesa da democracia no país, valor presente no DNA originário do partido desde sua fundação", diz o comunicado da sigla.

Neste domingo (31), Dilma declarou nas redes sociais: "Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita, como quase ocorreu recentemente, em 8 de janeiro de 2023".

"No passado, como agora, a História não apaga os sinais de traição à democracia e nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam de sangue, tortura e morte a vida brasileira durante 21 anos. Tampouco resgata aqueles que apoiaram o ataque às instituições, à democracia e aos ideais de uma sociedade mais justa e menos desigual. Ditadura nunca mais!", acrescentou Dilma.

De 1964 a 1985, a Ditadura Militar esteve instaurada no Brasil. O regime militar deixou um legado complexo e doloroso na história do país. O período foi marcado por repressão política, censura e violações dos direitos humanos. Os anos ficaram conhecidos como tempos sombrios e ainda ecoa na memória de muitos brasileiros. 

A ditadura foi conduzida por presidentes militares que se sucederam de forma indireta, ou seja, sem voto popular e, portanto, fora dos contornos democráticos. 

O regime militar originou-se de um golpe de Estado, no 31 de março de 1964, que depôs o presidente democraticamente eleito João Goulart. Os militares alegaram que interviram no poder em resposta a uma suposta ameaça comunista no Brasil. Como mostra o Ato Institucional Nº1, a posição sustentada pelos militares era de que houve uma revolução, e não um golpe de estado. Assim, eles assumiram o controle do país, instaurando um regime autoritário que durou mais de duas décadas.

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