O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta terça-feira (27) ter confirmado à Polícia Federal sua presença em um jet ski próximo a uma baleia-jubarte em São Sebastião, durante um episódio ocorrido em junho do ano passado. Bolsonaro se encontra sob investigação em um inquérito que o acusa de importunar o animal marinho.
O depoimento de Bolsonaro à PF em São Paulo durou cerca de duas horas, onde ele esclareceu os detalhes do ocorrido.
"No depoimento, confirmei que era eu no jet ski. Não vou negar, nem pedir perícia disso. Expliquei como tudo aconteceu. Eu vi um grupo de pessoas em embarcações, me aproximei e a baleia surgiu em uns 15, 20, 30 metros à minha frente. Deixei em ponto morto o jet ski e, quando ela mergulhou a segunda vez, dei ré e fui cuidar da minha vida, do meu passeio. Não tenho nenhum prazer em ficar vendo baleia por aí. A confusão está feita", comentou Bolsonaro ao programa Oeste Sem Filtro.
O ex-presidente expressou sua esperança de que o delegado responsável pelo caso solicite o arquivamento do inquérito, e que o Ministério Público concorde com tal decisão.
A defesa de Bolsonaro também alegou que o ex-presidente não tinha conhecimento de que era proibido importunar baleias.
“Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que surge, emerge debaixo da água. É exatamente o que aconteceu. O presidente tomou todas as precauções a partir do momento que avistava a baleia — disse Tesser. — E ele também nem sabia que tinha essa proibição, mas mesmo assim tomou todos os cuidados necessários para não criar nenhum tipo de interferência”, afirmou o advogado do ex-presidente.
Conforme estabelecido pela legislação brasileira, é proibido que embarcações se aproximem a menos de 100 metros de qualquer espécie de baleia com o motor ligado. Esta medida visa proteger os animais marinhos de possíveis danos ou perturbações decorrentes da presença humana.