Palácio do Planalto
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Após cerca de dez dias de silêncio desde que a oposição começou a se movimentar na coleta de assinaturas do pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo começou a se movimentar nos bastidores para esvaziar a relação. O recado que foi dado aos parlamentares é de que quem estiver na lista não terá um só real liberado das emendas parlamentares, inclusive as impositivas.

A notícia foi dada pela Folha e confirmada pelo Último Segundo de que o governo federal usará a barganha das emendas parlamentares como forma de esvaziar a lista. Pessoas ligadas à administração confirmaram que a estratégia não é uma ameaça, mas um recado do que será feito.

Nos bastidores, pessoas ligadas à Casa Civil têm dito a deputados federais que não haverá negociação: assinou o pedido de impeachment, fica sem emenda liberada em 2024.

O contragolpe do governo foi acordado, inclusive, com Arthur Lira (PP), presidente da Câmara que esteve com o presidente Lula num happy hour na semana passada.

Ali, o líder do parlamento brasileiro foi comunicado da estratégia e aprovou, garantindo que não fará pressão para a liberação das emendas para deputados federais que assinarem o pedido de impeachment.

Embora boa parte dos parlamentares que assinaram o pedido - o número beira os 140 - seja de oposição, há nomes ligados ao governo, inclusive de partidos como o PSD, MDB e Republicanos, que têm cargos no primeiro escalão, com ministério dentro do governo federal.

Lula estuda, inclusive, a demissão de ministros dessas legendas, mas isso somente em último caso porque essas legendas também dão sustentabilidade para a aprovação de pautas importantes.

Outro problema, esse mais sério e que tem tirado o sono de deputados, mesmo os de oposição, é o bloqueio das emendas impositivas. Deputados do PL e que são bolsonaristas sempre se sustentaram desde o início do governo Lula com a liberação forçada das emendas impositivas porque a administração quase não tem controle sobre elas, ficando a cargo de Lira.

Perder repasse para os municípios, que são considerados currais eleitorais importantes, justo num ano de eleições municipais afetaria a geografia política do parlamento.

Esses deputados sabem que, se não mandarem recursos para os prefeitos se reelegerem, para elegerem os sucessores e para candidatos a vereadores, fatalmente perderão a base de sustentação para a campanha em 2026 e correm risco de ficar fora da Câmara na próxima legislatura.

É justamente essa a aposta do governo Lula. Embora não se confirme, a Casa Civil estima que, só com essa negociação fechada com Lira, é possível forçar a retirada de pelo menos 15% dos nomes que já constam na lista, o que diminuiria o pedido dos atuais 140 para 119, o que é menos impactante. Ainda assim, Lira já garantiu que o pedido irá para sua gaveta e não tem chance de ver a luz do dia.

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