O padre José Eduardo de Oliveira e Silva causou repercussão ao revelar sua decisão de não entregar a senha de seu celular à Polícia Federal, alegando possuir "confidências profundas" de fiéis.
Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão durante uma operação da Polícia Federal, que o investiga por supostamente fazer parte do núcleo jurídico envolvido na elaboração de decretos relacionados a uma tentativa de golpe de Estado.
Em uma declaração franca, Oliveira e Silva explicou sua posição, destacando que não entregou a senha de seus dispositivos eletrônicos para proteger a privacidade e a confiança de seus fiéis.
Ele revelou que é frequentemente procurado para oferecer "auxílio espiritual" a políticos e juízes, e que muitos confiam nele para compartilhar seus problemas mais íntimos.
"Eu entreguei meus equipamentos sem a senha. Por que fiz isso? Eu recebo pedidos de conselho, orientações, as pessoas se confidenciam, abrem a alma, contam seus dramas mais profundos para mim. Eu não posso expor meus fiéis. Estou resguardado pela lei brasileira e por acordos internacionais", afirmou o padre.
As investigações da Polícia Federal indicam que o celular do padre teria se conectado com uma estação rádio base que atinge o Palácio da Alvorada, em um momento em que ele estaria acompanhando Filipe Martins, ex-assessor-especial para assuntos internacionais do governo Bolsonaro, em uma reunião com o ex-presidente para discutir a minuta do suposto golpe de Estado.