OAB pedirá ao STF que defesas de Bolsonaro possam se comunicar

Alexandre de Moraes proibiu que investigados da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nessa quinta (8), mantenham contato entre si, mesmo por meio de advogados

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 04.12.2018
Jair Bolsonaro (PL)

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve apresentar uma petição ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)  Alexandre de Moraes para permitir que as defesas de Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados na  operação da Polícia Federal (PF) dessa quinta-feira (8) possam se comunicar. A informação foi confirmada pelo Portal iG.

Moraes acatou um pedido da PF e proibiu o grupo alvo de “manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados”, de acordo com a  decisão emitida pelo ministro nessa quinta-feira.

Em nota enviada ao iG, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirma que “a OAB vai recorrer ao STF para assegurar as prerrogativas da advocacia e derrubar a proibição de comunicação entre advogados. Advogados não podem ser proibidos de interagir nem confundidos com seus clientes”.

Simonetti afirma que "na mesma petição, reiteramos a confiança da OAB no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas. Relembramos ainda todas as ações concretas tomadas pela Ordem para rechaçar as  acusações infundadas feitas contra o sistema eleitoral e para defender a Justiça Eleitoral".

Operação mirou aliados e prendeu 4

A Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva nessa quinta (8). Os crimes investigados na operação são tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e  golpe de Estado, além de associação criminosa. Jair Bolsonaro é investigado como um dos líderes no  plano golpista.

Por determinação de Moraes, os investigados estão proibidos de manter contato e de deixarem o país. Também precisam entregar os passaportes em 24 horas e estão suspensos do exercício das funções públicas.

A operação prendeu os ex-assessores  Filipe Martins e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmera, além do major Rafael Martins de Oliveira. O presidente do Partido Liberal,  Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, em Brasília, no momento em que os policiais cumpriam mandado de busca e apreensão contra ele.

De acordo com a PF, o grupo elaborou uma  minuta de decreto que tinha como objetivo executar um golpe de Estado. Antes da eleição de 2022, segundo as provas colhidas, o ex-presidente  cobrou que ministros repercutissem notícias falsas sobre o pleito, as urnas e o TSE.