A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve apresentar uma petição ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para permitir que as defesas de Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados na operação da Polícia Federal (PF) dessa quinta-feira (8) possam se comunicar. A informação foi confirmada pelo Portal iG.
Moraes acatou um pedido da PF e proibiu o grupo alvo de “manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados”, de acordo com a decisão emitida pelo ministro nessa quinta-feira.
Em nota enviada ao iG, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirma que “a OAB vai recorrer ao STF para assegurar as prerrogativas da advocacia e derrubar a proibição de comunicação entre advogados. Advogados não podem ser proibidos de interagir nem confundidos com seus clientes”.
Simonetti afirma que "na mesma petição, reiteramos a confiança da OAB no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas. Relembramos ainda todas as ações concretas tomadas pela Ordem para rechaçar as acusações infundadas feitas contra o sistema eleitoral e para defender a Justiça Eleitoral".
Operação mirou aliados e prendeu 4
A Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva nessa quinta (8). Os crimes investigados na operação são tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e golpe de Estado, além de associação criminosa. Jair Bolsonaro é investigado como um dos líderes no plano golpista.
Por determinação de Moraes, os investigados estão proibidos de manter contato e de deixarem o país. Também precisam entregar os passaportes em 24 horas e estão suspensos do exercício das funções públicas.
A operação prendeu os ex-assessores Filipe Martins e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmera, além do major Rafael Martins de Oliveira. O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, em Brasília, no momento em que os policiais cumpriam mandado de busca e apreensão contra ele.
De acordo com a PF, o grupo elaborou uma minuta de decreto que tinha como objetivo executar um golpe de Estado. Antes da eleição de 2022, segundo as provas colhidas, o ex-presidente cobrou que ministros repercutissem notícias falsas sobre o pleito, as urnas e o TSE.