A Polícia Federal adiou, nesta segunda-feira (5), o depoimento de general Augusto Heleno sobre a "Abin paralela" . A informação foi confirmada pela reportagem do IG. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o adiamento foi um pedido do ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) , que visa ter acesso ao conteúdo da investigação.
Por enquanto, a PF afirma que não há data prevista para um novo depoimento de Heleno. A mesma situação vive o deputado federal Alexandre Ramagem
(PL-DF), que pediu acesso aos autos - ele foi diretor da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A investigação tem como objetivo esclarecer se Heleno sabia das supostas ilegalidades que aconteciam supostamente por Ramagem na Abin e quem eram os destinatários dos produtos e relatórios produzidos. À época, Heleno era o chefe na cadeia hierárquica.
De acordo com fontes da Polícia Federal (PF), há indicativos no inquérito que mostram que o ex-ministro de Bolsonaro tinha ciência e estimulava as supostas ações ilegais de espionagem. As informações ainda são sigilosas.
A operação iniciada na segunda-feira (29), é uma continuação do que ocorreu a última quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas e foram apreendidos 6 celulares e 2 notebook (um pertencente à Abin) .
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi quem expediu esses mandados. De acordo com a decisão, Ramagem havia utilizado o órgão para espionar ilegalmente a favor da família Bolsonaro.
Os alvos sempre eram autoridades públicas e adversários como Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias e as mortes de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.