Nesta sexta-feira (26), a Polícia Federal ouviu três servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) como parte das investigações sobre o monitoramento indevido de pessoas, incluindo autoridades como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e deputados federais.
O inquérito foi iniciado após uma reportagem do jornal O Globo revelar o uso do FirstMile, um programa secreto utilizado para rastrear a localização de indivíduos com base em dados de celular.
Essa prática ocorreu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), na gestão do então diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente deputado federal, e teve como alvo opositores do então presidente, de acordo com as investigações.
Na quinta (25), a PF ouviu alguns dos alvos da investigação. Já nesta sexta, os interrogados foram apenas testemunhas. Em um relatório divulgado, a polícia apontou que Ramagem fazia parte de uma organização criminosa que operava com o propósito de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades públicas. Segundo o relatório, esse trabalho ilegal ocorreu entre os anos de 2019 e 2021.
Em uma entrevista concedida à Globonews na quinta-feira, Ramagem negou veementemente a existência de uma "Abin paralela" durante sua gestão, alegando que não houve uso com viés político para investigar autoridades, conforme apontado pela Polícia Federal na apuração.