Nesta sexta-feira (12), a Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito policial para investigar a suposta fraude na filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na quarta-feira (10), o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, enviou a PF um compilado de informações sobre o caso. De acordo com a apuração dos Técnicos da Corte, a inclusão de Lula no sistema de filiação do PL foi realizada com uma senha em nome de uma advogada que presta serviços ao partido.
A investigação na PF tramita em sigilo na Diretoria de Crimes Cibernéticos da PF.
No sistema consta que, desde o dia 15 de julho de 2023 Lula estava desligado do PT, partido do qual é fundador e nome principal. A data é a mesma que registra sua suposta filiação ao PL.
Na manhã desta sexta, o TSE determinou a Polícia Federal que investigasse a filiação de Lula à legenda adversária.
No ofício, Moraes atestou ser "notório” que Lula é filiado do Partido dos Trabalhadores (PT), sigla a qual ele é fundador e presidente honorário. Segundo o ministro, há a “existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral”. Através de nota, o TSE disse que “há claros indícios de falsidade ideológica”.
Segundo o TSE, “não houve ataque ao sistema ou falha em sua programação. O que ocorreu foi o uso de credenciais válidas para o registro de uma nova filiação falsa".
O PL enviou uma nota à imprensa assinada pela empresa Idatha, responsável pelo gerenciamento de dados com o sistema Filia. A empresa afirmou estar totalmente à disposição das autoridades para esclarecer o caso.
“É crucial ressaltar que todo o fluxo de qualquer eventual filiação é registrado no sistema, o qual mantém informações e documentos auditáveis, estando todos os lançamentos disponíveis para averiguação das autoridades competentes”, acrescenta a nota da Idatha.