TCU deve fiscalizar presentes recebidos por Lula em 2023

Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer da decisão aceita pelo Tribunal de Contas; esse tipo de fiscalização costuma acontecer somente no final do mandato

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 07/12/2023
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

OTribunal de Contas da União (TCU) vai fiscalizar os presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023 . É a primeira vez que isso acontecerá. A praxe é que o órgão fiscalize os presentes recebidos pelo presidente ao final do mandato, não durante. 

Essa fiscalização tem o objetivo de verificar se o presidente incorporou ao seu acervo pessoal presentes que pertencem à União e são impessoais. 


Entenda a situação

O ministro Augusto Nardes acolheu pedido apresentado pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF). A informação foi revelada pelo jornal O Globo. 

Nardes contrariou recomendação feita pela área técnica do TCU para arquivar o assunto. Em sua decisão favorável ao pedido da Comissão, o ministro destacou que, embora a recomendação seja para que o tribunal avalie, "em finais de mandato" , os presentes recebidos pelo presidente da República, "isso não impede a realização imediata de solicitações do Congresso ou de suas Comissões Técnicas em virtude do mencionado trabalho rotineiro" da Corte de fiscalizar os bens recebidos pelo chefe de Estado. 

O ministro também ressaltou que o pedido apresentado pela Comissão "tem lapso temporal bem definido" para "apurar a legalidade no recebimento, registro e destinação dos objetos tratados como presentes e brindes pela Presidência, no ano de 2023."

Advocacia Geral da União deve recorrer 

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou à CNN nesta segunda-feira (18) que o governo vai recorrer nos próximos dias da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Ainda segundo o que disse o ministro-chefe da AGU ao jornal, o recurso para recorrer da decisão será fundamentado no entendimento firmado pelo próprio TCU de que auditorias envolvendo presentes recebidos por presidentes da República devem acontecer somente ao final do último ano de mandato. 

Esse entendimento foi estabelecido recentemente na análise de  presentes dados pela Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).