Ministro da Educação, Camilo Santana
Rovena Rosa/Agência Brasil - 19/09/2023
Ministro da Educação, Camilo Santana


O ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), será convidado pelo Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre questões relacionadas ao agronegócio no primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) em 2023, que ocorreu no último domingo (5)

Dois convites foram aprovados: uma na Câmara e outra no Senado. Os requerimentos tiveram a aceitação dos deputados que representam o colegiado de Educação e dos senadores que fazem parte da comissão de Agricultura.

Inicialmente, após pressão da bancada do agronegócio no Congresso, a ideia dos parlamentares era convocar Santana, obrigando-o a participar das comissões. Porém, deputados e senadores optaram por convidá-lo, tornando a presença do ministro opcional.

A Comissão de Educação na Câmara prevê que Camilo seja ouvido no dia 22 de novembro. Os colegiados de Agricultura e Fiscalização e Controle da Casa também devem participar.

Já a participação do ministro no Senado ainda não tem uma data prevista. Porém, a expectativa é que ocorra ainda no mês de novembro.

Santana terá que explicar detalhes de três questões da prova do Enem em que o agronegócio foi mencionado. A frente parlamentar do agro chegou a pedir a anulação das perguntas, o que não foi acatado.

O grupo alega “cunho ideológico” e em um trecho da nota divulgada, fala: “A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades”.

Os parlamentares se referem às questões 70, 71 e 89. Nelas, são abordadas questões envolvendo o agronegócio na Amazônia e no cerrado.


Presidente do Inep respondeu perguntas sobre o tema

Em audiência na Comissão de Educação da Câmara, na manhã desta quarta, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Manuel Palácios, disse que as perguntas foram feitas forma técnica e sem qualquer intervenção do governo federal.

Ele também relatou que a elaboração da prova foi feita por professores e educadores selecionados em 2020, ou seja, quando o presidente ainda era Jair Bolsonaro (PL-RJ).

“Nós estamos falando de professores que foram selecionados em 2020 e que estão exercendo essa atividade até hoje. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem sendo enviesada há muito tempo", explicou. “Na verdade, não há nada além da seleção pública de profissionais da educação por meio de critérios objetivos de currículo”.

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