Governador Cláudio Castro
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Governador Cláudio Castro


O governador Cláudio Castro (PL-RJ) criticou nesta sexta-feira (3) o judiciário e afirmou que é preciso fazer mudanças na legislação para combater o crime organizado. Na avaliação dele, ser bandido tem compensado porque o Brasil não tem penas duras para quem não respeita a lei.

O posicionamento ocorreu em entrevista à Revista Veja. Castro desabafou ao comentar a morte de médicos na Barra da Tijuca e os mais de 30 ônibus queimados após a morte de um miliciano.

“Estamos vivendo uma situação grave, de forte atuação do crime organizado por todo o território brasileiro. Quando bandidos invadem o paiol do Exército e roubam mais de vinte metralhadoras de grosso calibre, como aconteceu em São Paulo, ou promovem ataques, tais como os vistos no Rio Grande do Norte e no Ceará, eles deixam claro que o problema é generalizado e precisa ser enfrentado nacionalmente, não apenas no Rio”, comentou.

O governador realizou cerca de seis operações por dia ao longo de 2023. Porém, recebeu críticas por não conseguir conter a violência no Rio de Janeiro. Na opinião dele, o problema está nas leis e não na atuação do governo fluminense.

“Sou muito atacado por fazer operações policiais duras, mas elas são fundamentais para desarticular esses grupos e impedi-los de dominar territórios no estado. Grande parte das operações é motivada pela guerra entre facções. Aí a polícia entra em campo, como é esperado que faça. Só que isso representa uma parte de um assunto muito mais amplo. Precisamos reforçar o controle das fronteiras para inibir o acesso às armas pesadas e frear a lavagem de dinheiro, para asfixiar as quadrilhas. Do contrário, estaremos enxugando gelo”, declarou.

“Esbarramos em competências federais. A verdade é que nossa legislação faz com que o crime acabe compensando, porque não pune traficantes e milicianos como deveria”, acrescentou.


Cláudio Castro defende maior penalidade aos criminosos

Cláudio Castro seguiu defendendo a tese que a legislação precisa sofrer modificações para inibir o crime organizado. Ele revelou que chegou a ir a Brasília para propor mudanças nas leis brasileiras.

“O cara comete um crime, porta arma de guerra, faz trabalho de milícia, de tráfico e, quando é preso, volta para casa depois de dois, três anos. Vale a pena, não? Os países que resolveram os gargalos da segurança não permitem uma progressão de regime como esta. Fui inclusive a Brasília para propor mudanças de legislação, de modo a endurecer as penas”, detalhou.

“Enquanto a culpa é jogada exclusivamente no colo do governo estadual, está claro que esse modelo de combate, em que só o estado está na linha de frente, não se revela eficiente. Nossa parte, a gente faz. Quando assumi, o salário dos policiais era o segundo pior do Brasil, hoje fica entre os três melhores. Comprei armas e coletes para todos os agentes, viaturas, e construí o maior centro de treinamento de policiais da América Latina. O crime se profissionalizou. O poderio bélico e financeiro das quadrilhas aumenta a cada dia no país inteiro. E o problema é do governador do Rio de Janeiro? Não, é de todos”, concluiu.

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