Nesta quarta-feira, o colegiado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas aprovou o parecer final do relatório das investigações, que tem gerado intensos debates e expectativas em todo o país.
Foram 20 votos favoráveis ao texto da relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), enquanto 11 optaram por reprovar o relatório.
A senadora apresentou um relatório que pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) por golpe de Estado, além de mais três crimes relacionados às suas ações.
"O 8 de janeiro é obra do que chamamos de bolsonarismo. não foi um movimento espontâneo ou desorganizado; foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência. Os executores foram insuflados e arregimentados por instigadores que definiram de forma coordenada datas, percurso e estratégia de enfrentamento e ocupação dos espaços", afirmou Eliziane Gama.
O relatório da CPMI dos Atos Golpistas aponta um total de 26 delitos diferentes, incluindo a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Esse documento, fruto de extensas investigações e depoimentos colhidos ao longo dos meses, agora seguirá para os órgãos responsáveis, com destaque para o Ministério Público Federal, que terá a incumbência de avaliar as informações e decidir se tomará medidas legais.
A comissão parlamentar foi criada para investigar os eventos e atos ocorridos durante o mandato de Jair Bolsonaro que levantaram suspeitas de ameaças à democracia brasileira. Desde o início dos trabalhos, a CPMI se concentrou em analisar discursos, atitudes e ações que supostamente desafiaram os princípios democráticos do país, gerando tensão política e social.
Agora, as instituições brasileiras, incluindo o Ministério Público Federal, terão a missão de decidir como proceder com base nas conclusões e evidências apresentadas no relatório da CPMI.