O deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) negou nesta quarta-feira (27) as acusações de desrespeito a pessoas LGBTQIA+ que surgiram na última semana, após um episódio de polêmica envolvendo a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) durante uma reunião da Comissão de Previdência e Família da Câmara dos Deputados.
As acusações de desrespeito e transfobia contra Isidório ocorreram durante a discussão de um projeto que propunha impedir o reconhecimento de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Durante o debate, o deputado fez comentários que foram considerados preconceituosos e desrespeitosos em relação à comunidade LGBTQIA+, além de cometer transfobia ao tratar Erika Hilton com o pronome masculino e chamá-la de "meu amigo".
No entanto, em uma nova discussão sobre o mesmo tema ocorrida hoje, o deputado recuou parcialmente em relação aos seus comentários anteriores. Ele afirmou apoiar a manutenção dos direitos civis da comunidade LGBTQIA+, mas não declarou ser contrário à proposta em votação.
"Tenho em mim um perfil de respeitar todo mundo. Na minha fala, quando disse que Deus criou macho e fêmea, e que todos nascem homem ou mulher – portanto, não têm condição do retorno, a não ser com os direitos que cada um tem do seu corpo, com a medicina, são realidades que estão aí – quero deixar claro que não tenho nada contra ser humano nenhum, seja homem gay, mulher lésbica", comentou.
Isidório propôs que a comissão chegasse a um acordo que garantisse o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que estabelecesse que templos religiosos não deveriam ser obrigados a celebrar uniões homoafetivas.
"Na semana passada, fiz aquelas falas, mas quero reiterar que sou respeitador de todos os cidadãos e cidadãs, porque ninguém é melhor que ninguém. Todos são iguais perante à lei. Repito que confesso e respeito o sexo da Bíblia e da natureza, mas respeito todas as diversidades. Mas sei que negar direitos a essas pessoas, se estivesse Jesus aqui, ele não iria por nenhuma escolha negar-lhes", opinou.
Comentário transfóbico
A atitude do deputado durante a discussão anterior gerou repreensão por parte de ativistas presentes à sessão e levou o Ministério Público Eleitoral a solicitar que a Procuradoria-Geral da República investigasse Isidório por suposta transfobia.
Conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, atos de transfobia e homofobia são equiparados aos crimes de racismo e injúria racial, sendo considerados inafiançáveis.