O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (26), durante sua transmissão ao vivo semanal (não transmitida nas últimas duas semanas pela agenda de viagens) que sente dores no quadril desde agosto de 2022, mas que não realizou o procedimento cirúrgico logo após as eleições para não passar a imagem de “velho”.
A cirurgia está marcada para esta sexta (29). Para não passar uma imagem de fragilidade, o mandatário afirmou que não será visto de andador ou mesmo de muletas durante o período de recuperação.
"A verdade é que estou com essa dor desde agosto do ano passado. Durante o processo da campanha naquela cena que vocês me viam pulando no carro de som, vocês não sabem a dor que eu sentia. Mas eu pulava porque era preciso animar as pessoas", revelou o presidente Lula.
Ele afirmou que “queria operar logo depois das eleições”, mas evitou para que não falassem “o Lula está velho, ganhou as eleições e já está internado”.
Lula reiterou que, após a cirurgia, ficará um tempo sem viajar. Seus próximos compromissos fora de Brasília serão a COP 28 sobre mudanças climáticas, realizada nos Emirados Árabes Unidos, e uma visita oficial à Alemanha.
"Até lá vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião”, afirmou. “Vou trabalhar normalmente. O [secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual, Ricardo] Stuckert não quer que eu ande de andador. Ele falou 'não vou filmar você de andador'", satirizou o presidente.
No “Conversa com o Presidente” desta terça, a tradicional transmissão online do presidente da República apresentada pelo jornalista Marcos Uchôa, Lula recebeu o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Procedimento cirúrgico
A cirurgia a qual Lula será submetido nesta sexta-feira (29) é uma artroplastia total de quadril. Será instalada uma prótese no corpo do presidente para aliviar as dores que vem sentindo na região. A Presidência da República afirmou que a operação deve durar "algumas horas".
Até a próxima terça-feira (3), Lula deve permanecer em repouso no hospital. Além do período na residência oficial, a recuperação prevê que o mandatário fique sem viajar de quatro a seis semanas.
"É uma cirurgia que a ciência domina bem, não tem nenhuma novidade, mas obviamente que é sempre cirurgia, é sempre anestesia”, disse nessa segunda-feira (25). “Vocês querem saber da verdade, eu tenho medo mesmo é de anestesia, porque vou ficar dormindo, não gosto de perder o domínio da minha consciência”, revelou o presidente.