A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro pediu nesta segunda-feira (18) a quebra de sigilo fiscal e bancário de Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Jair Bolsonaro. A solicitação foi feita pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão.
No pedido, Eliziane afirma que Arnoud tem ligações com investigados pelos ataques em Brasília. Ela ressalta que o ex-assessor de Bolsonaro fazia parte do chamado ‘gabinete do ódio’, responsável por ataques e divulgação de notícias falsas contra opositores.
“As investigações conduzidas por esta Comissão trouxeram elementos de conexão de Tèrcio Arnaud com pessoa sob investigação desta CPMI e, portanto, é fundamental para o aprofundamento as investigações que seja esclarecido o papel do indivíduo citado com a realização de atos antidemocráticos ocorridos no período ora investigado. Neste sentido, solicita-se o presente requerimento”, afirma o requerimento.
Além de Tércio Arnaud, Eliziane Gama solicitou a quebra do sigilo bancário e fiscal de José Acácio Serere Xavante, o Cacique Serere. Ele estava preso desde dezembro do ano passado e provocou uma manifestação com uma tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal em Brasília.
Para Eliziane, Xavante influenciou e possui envolvimento com financiamento dos atos antidemocráticos.
“Segundo dados encontrados nos documentos obtidos por esta CPMI, a referida pessoa física atuou como influenciadora e possui envolvimento com o financiamento das manifestações antidemocráticas contrárias ao resultado das eleições presidenciais”, disse a parlamentar.
“A identificação dos financiadores dos atos antidemocráticos requer que esta CPMI siga o caminho do dinheiro, medida de fundamental importância para o bom andamento dos trabalhos desta Comissão”, completou.
A CPMI dos Atos Antidemocráticos deve entrar em sua reta final nas próximas semanas. Eliziane Gama deve agilizar a elaboração do relatório e divulgar seu parecer em outubro.
Entretanto, ainda há negociações para que outras pessoas sejam ouvidas, como Osmar Crivelatti, ex-assessor de Jair Bolsonaro. Crivelatti, porém, não deve comparecer à comissão após um pedido de habeas corpus acatado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).