O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não será investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por ficar com presentes de luxo recebidos durante o primeiro mandato (2003-2006) . O petista incorporou ao patrimônio pessoal um relógio Piaget avaliado em R$ 80 mil e outro Cartier Santos Dumont, avaliado em cerca de R$ 60 mil, além de outro relógio e um colar de ouro branco, segundo o jornal Estado de São Paulo.
O motivo de Lula não ser investigado, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias sauditas, é porque o petista voltou a ser chefe de Estado. Segundo o TCU, o mandatário pode usufruir dos presentes recebidos por presidentes que o antecederam.
O Tribunal pode torná-lo alvo apenas em 2027, caso ele deixe de ser presidente da República.
Em 2016, o Tribunal cobrou a devolução de uma lista de presentes recebidos pelo petista, depois, uma ação na Lava Jato cobrou outros presentes recebidos pelo mandatário.
Ao TCU, Lula devolveu 453 itens avaliados em R$ 2,258 milhões, entre esculturas, quadros, tapetes, vasos e louças. Já para a Lava Jato foram devolvidos 21 bens considerados valiosos.
Lula declarou que o relógio de R$ 80 mil foi perdido e posteriormente encontrado. Ele passou a usá-lo e, inclusive, posou para fotos com o modelo em 2022. Quanto ao Cartier, o presidente também voltou a usá-lo. Ambos foram presentes do governo francês recebidos em 2005.
Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República de Lula disse que todo o acervo dos mandatos anteriores do presidente foi investigado e nenhuma irregularidade foi encontrada. “O atual presidente não vendeu em nenhum momento objetos do seu acervo de mandatos encerrados faz mais de 12 anos [...] O que ficou sob responsabilidade da guarda do presidente Lula está no seu acervo, guardado. Nada foi vendido nem se tentou vender nada”.
Joias de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid são alvos da Polícia Federal por tentarem incorporar ao patrimônio pessoal as joias , que, segundo a investigação, foram vendidas no exterior. À PF, Mauro Cid declarou que o dinheiro da venda das joias foi entregue nas mãos de Bolsonaro.
Segundo a corporação, teriam sido comercializados anéis, abotoaduras e esculturas de luxo, um barco e uma palmeira dourados, além de um relógio da marca suíça Patek Philippe pelo grupo. Estima-se que o esquema tenha rendido R$ 1 milhão.