O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu negar o acesso aos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao depoimento dado pelo tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal.
Segundo a jornalista Julia Duallibi, da GloboNews, a decisão foi motivada pelo acordo de delação premiada firmado por Mauro Cid com a PF e posteriormente homologado por Moraes.
No último sábado (9), o magistrado da Suprema Corta havia concedido à defesa o acesso aos depoimentos de outros envolvidos no inquérito, incluindo o general Mauro Lourena Cid, Osmar Crivelatti e Frederick Wassef. No entanto, a solicitação de acesso ao depoimento de Mauro Cid foi negada.
Durante os depoimentos, tanto o casal Bolsonaro quanto os outros citados no inquérito das joias optaram por permanecer em silêncio. A defesa do casal havia pedido a Moraes o acesso aos documentos desses depoimentos, argumentando que os mesmos já fazem parte dos elementos documentados no processo e solicitaram sua inclusão nos autos do caso.
Jair Bolsonaro e Michelle estão entre os oito citados no inquérito das joias convocados pela Polícia Federal para prestar depoimento.
Além deles, também foram intimados Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Mauro Lourena Cid (pai de Cid, general da reserva), Frederick Wassef (advogado de Bolsonaro), Fabio Wajngarten (ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro), Marcelo Câmara (ex-assessor especial de Bolsonaro) e Osmar Crivellati (ex-assessor de Bolsonaro).
Os advogados de Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e Câmara comunicaram que ficariam em silêncio durante os depoimentos. A justificativa usada foi que o STF não tem competência para ser a responsável pela condução da investigação.
Liberdade de Mauro Cid
No sábado, Moraes concedeu a liberdade provisória para Mauro Cid.
Porém, o magistrado impôs medidas cautelares, como tornozeleira, limitação de sair de casa aos finais de semana e também à noite, e afastamento das funções do Exército.