O velório de Francisco Dornelles, ocorrido no Centro Cultural da FGV nesta sexta-feira (25), reuniu ex-governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Foi o primeiro encontro dos dois desde que foram libertados da prisão, porém eles não se cumprimentaram.
Cabral e Pezão, ambos com históricos políticos conturbados, estiveram no mesmo ambiente, mas não interagiram. A situação chamou atenção, já que os dois ocuparam o cargo de governador em diferentes momentos, associados a escândalos de corrupção e desvio de recursos públicos.
Sérgio Cabral, que passou seis anos na cadeia, teve suas prisões preventivas revogadas recentemente. Já Luiz Fernando Pezão, preso por pouco mais de um ano, foi absolvido em abril no âmbito da operação Lava-Jato.
A relação entre os ex-governadores ficou tensa quando Cabral acusou Pezão de envolvimento em esquemas de propina. Pezão negou as alegações e manteve sua defesa.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o ministro Alexandre Padilha também estiveram presentes no velório de Dornelles.
Francisco Dornelles
Na quarta (23), Dornelles morreu aos 88 anos. Nascido em 7 de dezembro de 1935 em Belo Horizonte, ele era membro do Partido Progressista (PP) e teve uma longa trajetória na política brasileira.
Dornelles possuía formação em Direito e atuou como advogado antes de entrar na vida política. Sua carreira teve início na década de 1960, quando foi eleito vereador no Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, ocupou diversos cargos públicos, tendo desempenhado papéis tanto no âmbito legislativo quanto no executivo.
Ele foi deputado federal pelo Rio de Janeiro em diversas legislaturas, começando nos anos 1970. Além disso, também ocupou cargos no Senado Federal, representando o estado do Rio de Janeiro. Durante sua carreira, Dornelles participou de vários partidos, incluindo a Arena, PDS e PP.
Dornelles também ocupou cargos no governo federal. Foi Ministro da Indústria e do Comércio na gestão do então presidente Fernando Collor de Melo, entre 1992 e 1993. Além disso, foi vice-governador do estado do Rio de Janeiro em duas ocasiões, a primeira no governo Moreira Franco (1987-1991) e a segunda no governo Rosinha Garotinho (2003-2006).
Em 2016, assumiu a função de ser governador do Rio de Janeiro, já que Pezão se licenciou do cargo para tratar de um câncer. Dois anos depois, voltou para o cargo em definitivo porque seu aliado de chapa nas eleições de 2014 foi preso.